Objetiva-se analisar as transformações e continuidades das práticas cognitivas e sociais das escolas da era das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDICS), tomando como referência empírica os ambientes educacionais públicos de ensino médio, em tempo integral, na Paraíba, inseridas nas políticas educacionais voltadas para a inclusão digital. Assim, pretende-se discutir como o acesso e uso às tecnologias digitais de informação e comunicação, o conjunto das ações das políticas públicas educacionais de inclusão digital e os “novos” formatos educacionais (a escola em tempo integral com novas disciplinas) influenciam na (re) constituição dos modos de pensar e aprender dos jovens estudantes inseridas nessas escolas públicas. Sendo assim, este artigo aponta para a compreensão das (re) configurações disciplinares e pedagógicas que vêm ocorrendo nas escolas a partir da seguinte questão norteadora: quais são os fatores sociais e cognitivos que mais dificultam a implantação das TDICS nas escolas de ensino médio públicas de tempo integral na Paraíba? Políticas públicas educacionais, subjetividades contemporâneas e aspectos cognitivos, são algumas das dimensões a serem analisadas nas discussões desse artigo. Conclui-se que – mesmo com os investimentos em cursos de capacitação para os professores na área da informática e da disponibilização de diversos equipamentos digitais para professores e alunos – a maior dificuldade para a inserção de uma cultura digital, nessas escolas, deve-se ainda pelo momento de intensificação dos conflitos entre uma cultura letrada e as práticas de uma cultura digital.