Partindo do pressuposto que a Música Popular Brasileira pode ser considerada como poesia, este trabalho deter-se-á em evidenciar a representação da prostituta na canção Geni e o Zepelin, composta por Chico Buarque em um período no qual a mulher que não se casasse e servisse a seu marido, era mal vista pela sociedade, fato que se estende, muitas vezes, à contemporaneidade. Mas, e o que acontecia com as mulheres que não almejavam esse tipo de relacionamento? E com aquelas que buscavam a satisfação sexual fora de um casamento? Houve/Há algum espaço para aceitação desta prática na sociedade? No que tange a prostituição, Chico traz na canção uma visão realista da sociedade vigente, que gira em torno de interesses pessoais e tende a estereotipar e humilhar aqueles que “não cabem” nos moldes criados por ela, a exemplo das prostitutas, que eram/são vistas pela grande parte da sociedade como algo mau, que a manchava e acabava com os matrimônios. Vistas como objetos e sem uma outra função, essas mulheres eram humilhadas e marginalizadas. Como embasamento teórico far-se-á uso de Bauman (2005), Hall (2014) e Woodward (2014) com suas contribuições acerca de identidade, Del Priore (2006), (2008) e Telles (2010) com a trajetória das mulheres no Brasil e Meneses (2003) com sua visão acerca da poesia de Chico Buarque.