A situação de vulnerabilidade social e econômica das mulheres brasileiras têm sido fruto de inúmeros estudos promovidos no campo da educação, revelando a permanente violação dos direitos, promovidos pelo patriarcado. Quando o recorte dos estudos se volta para as mulheres que vivem no campo, essa realidade é ainda mais brutal, tendo em vista as dificuldades que essas mulheres encontram no acesso à educação e as demais políticas sociais. Diante desse cenário de constante violação de direitos, as mulheres rurais têm se organizado em movimentos sociais com o objetivo de superar a violência, as desigualdades, a desinformação e todas as limitações que as são impostas. Nesse sentido, este trabalho tem por objetivo analisar como as mulheres feministas rurais do campo lutam pelas suas identidades, exercendo práticas educativas uma luta política pela desconstrução das desigualdades de gênero. A metodologia utilizada foi a abordagem qualitativa, pesquisa exploratória com estudo de caso, utilizando-se do método do caso alargado, proposto por Boaventura de Sousa Santos. Como técnica de coleta de dados foram realizadas entrevistas com as mulheres do Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais do Nordeste (MMTR/NE), situado em Caruaru/Pernambuco. Para análise e sistematização dos dados foi utilizada a técnica de análise de conteúdo. Os resultados apontam as dificuldades impostas pelo patriarcado vivenciadas pelas mulheres do campo e como a organização dessas mulheres em movimentos sociais representa uma janela para a superação dessas relações de dominação. O papel pedagógico do MMTR/NE marca a vida das mulheres membros do movimento, possibilitando novas visões de mundo e oportunidades.