A educação inclusiva pretende desenvolver recursos pedagógicos específicos e, no mesmo momento, recursos de integração social que correspondam às necessidades de cada estudante, para transformar a realidade histórica de segregação escolar e social das pessoas com deficiência. Este artigo tem como objetivo apresentar os resultados de uma pesquisa sobre os saberes necessários para o professor em sala de aula,apresentando como foco o desenvolvimento das acessibilidades arquitetônica, comunicacional, instrumental e programática. Como metodologia de pesquisa adotamos a pesquisa bibliográfica de estudos empíricos nacionais, publicados entre 2011 e 2015 em períodos avaliados no Qualis CAPES nas categorias A1, A2 e B1, que atendessem a área temática de estudo. Os artigos selecionados foram organizados em uma rede interpretativa, baseado na hermenêutica crítica, indicando ações que devem ser desenvolvidas pelo professor para inclusão efetiva. Na acessibilidade arquitetônica as barreiras devem ser removidas para garantir o acesso e permanência das pessoas com deficiência nas escolas, com de ampliação de espaços de socialização. A acessibilidade não pode ser concebida apenas no contexto da sala de aula, mas enquanto direito de todos a ocupação dos espaços e de uma vida boa. Na acessibilidade comunicacional é necessário superar o uso de estratégias de improviso e adivinhação para realizar uma comunicação efetiva na relação professor-aluno. Na acessibilidade instrumental devem ser utilizados recursos metodológicos criados pelo próprio professor, de baixa tecnologia, adequado de forma específica à cada necessidade apresentada pelo aluno, que às vezes podem ser recursos comuns para toda a turma. Na dimensão programática são reconhecidas diversas mudanças na formação de professores, quando até o início de 1990, apenas os professores que atuavam em instituições especializadas é que tinham esta formação para atuar com alunos deficientes. Atualmente todos os professores passaram a dar atendimento a estes estudantes na escola regular, ainda que exista grande descompasso entre os documentos oficiais e o sistema de formação docente para colocar a inclusão em prática. Os estudos indicam que as formações docentes devem acontecer no espaço das escolas, superando a orientação médico-psicológica, assentada em aspectos biológicos e da funcionalidade da pessoa com deficiência, visão fragmentada do conhecimento, tendo os desafios da sala de aula real como estratégia formativa.