Esse artigo é fruto da nossa dissertação de mestrado que tem como objeto de estudo a Política de Educação Inclusiva na Rede Municipal de Ensino de Campina Grande-PB, analisando como essa se traduz concretamente na prática. A pesquisa foi realizada em duas escolas municipais de ensino fundamental I, da zona urbana e que atendem em suas classes regulares, o maior número de alunos com necessidades educacionais especiais (NEE) do município. Foram sujeitos do nosso estudo todos os professores das duas escolas que atendiam em suas salas comuns alunos com NEE. A investigação foi desenvolvida se utilizando de uma abordagem quantitativa e qualitativa,sendo do tipo exploratória. Os procedimentos metodológicos de coleta de dados foram: mapeamento inicial, análise documental, aplicação de questionários e entrevistas semi-estruturada. A orientação teórico metodológica assumida ancorou-se no método crítico-dialético, pois entendemos que o mesmo nos permite realizar uma compreensão mais ampla da realidade social. O estudo revelou as contradições presentes na política de educação, uma vez que esta determina o atendimento educacional de qualidade a todos os alunos com NEE e na prática pudemos evidenciar que não são dadas as condições objetivas para a educação inclusiva ser desenvolvida de forma satisfatória. Constatamos que um dos maiores obstáculos para atender adequadamente esses alunos em sala de aula comum continua sendo a falta de conhecimentos dos professores, estes em sua maioria nunca tiveram nenhum tipo de formação e/ou capacitação para atender esses alunos. Em síntese, a partir do estudo realizado, consideramos que apesar da educação inclusiva significar avanço em temos de práticas educacionais, desde a década de noventa com base nos princípios da inclusão, entendemos que a mesma é produto de interesses do capital, e pensada e organizada pelos organismos internacionais, o que para nós já explica o porquê de tanta dificuldade na implementação da política. Apesar dessa modalidade de ensino ser de grande importância para quem dela necessita, faz-se necessário uma série de mudanças para que ela seja de fato uma educação inclusiva de qualidade para os alunos com NEE. Porém, não acreditamos que tais mudanças possam ser realizadas dentro dos marcos do capital.