Este artigo tem por finalidade refletir acerca das principais transformações curriculares nas políticas educacionais brasileiras desde a redemocratização. Tendo por base um contexto notavelmente calamitoso, para a autonomia docente e a função de formação cidadã (democrática) no espaço escolar, buscaremos perceber como se caracterizaram os áridos percursos inclusivos do currículo nas ciências humanas, principalmente com a implementação das discussões sobre história afro-brasileira e indígena. Como contraponto aos pequenos, mas, notáveis avanços, enfatizaremos como, para ação docente, apresenta-se um notável e denso horizonte de escuridão, especialmente com a deformidade política que propõe, o excepcionalmente antidemocrático, programa “escola sem partido”. Quebrando todas às concepções lógicas de um sistema político democrático que preconiza uma função bem legível para a escola, o programa mencionado, propõe não uma educação para a emancipação, mas, para arregimentar as amarras da intolerância e a precária formação crítica. A partir da problemática descrita e embasados teoricamente por autores como Adorno (1998) e outros pensadores focados nas discussões sobre a educação, juntamente, com um exercício metodológico de revisão bibliográfica de caráter reflexivo, acerca da LDB (n° 9.394) de 20 de dezembro de 1996 e a obstante proposta de programa mencionada na lei n° 867, de 2015; buscaremos perceber o quão se projetam como dissonantes as políticas educacionais, atualmente, em relação à um modelo político democrático. Salienta-se que a referente proposta de estudo se justifica por embasar-se em uma notável problemática que ataca à autonomia docente, frente à um ríspido, tortuoso e pragmático conservadorismo que vem se disseminando na sociedade brasileira.