Nas últimas décadas, a escola vem servindo como cenário de situações violentas, que repercutem nas relações interpessoais estabelecidas entre os sujeitos neste espaço. Dentre os tipos de violência escolar que ocorre entre pares, o mais comum é o bullying, que faz referência a atos de agressão de um aluno contra outro, caracterizado pela repetitividade, intencionalidade e desigualdade de poder. Diante da elevada taxa de ocorrência desse fenômeno no ambiente escolar e considerando suas consequências nocivas para o desenvolvimento e a saúde dos envolvidos, o objetivo deste artigo foi relatar a experiência de um trabalho desenvolvido em um projeto de extensão em Psicologia Escolar/Educacional com alunos do ensino fundamental de uma escola municipal de Campina Grande- PB. Ressalta-se que as intervenções realizadas pretenderam conhecer as concepções dos discentes sobre o bullying, bem como conscientizá-los, sensibilizá-los e orientá-los acerca dessa prática. Os resultados dessa experiência apontaram para a presença do fenômeno em todas as turmas trabalhadas, corroborando com a literatura que alerta para a alta incidência do bullying nos estabelecimentos de ensino. Desse modo, ao oportunizar o “pensar” e o “fazer” a partir da compreensão do bullying escolar e de sua dinâmica na visão dos estudantes e ao incentivar o respeito às diferenças e a rejeição a qualquer forma de preconceito e discriminação, as intervenções contribuíram na construção de significados, ressignificações de concepções e possíveis mudanças de postura por parte dos atores sociais envolvidos. Portanto, faz-se urgente a ampliação de ações educativas direcionadas para a conscientização e reflexão a respeito dos riscos causados por esse fenômeno. Assim, ações como as relatadas neste trabalho devem ser realizadas amplamente com a participação não só de alunos, mas também da família, escola e comunidade.