SIQUEIRA, Maria Luiza Marques Pereira De. A quem pertence o reino dos céus?. Anais II CINTEDI... Campina Grande: Realize Editora, 2016. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/22634>. Acesso em: 05/11/2024 13:52
A ideia de dualismo interposto na Grécia antiga ainda perpetua nos dias atuais, prelecionando o certo e errado, luz e sombra, corpo e espírito, essência e existência, imortalizando o saber de que só existem dois caminhos, duas formas de agir, de pensar. O jeito correto e o errado. Por acreditar na infinidade de caminhos existentes a fim de encontrar à espiritualidade, intenção de todas as crenças religiosas, essa pesquisa tem por objetivo elencar as possibilidades de construção de um saber menos opressor para que possa atender as necessidades e reinvindicações dos grupos intitulados religiosos e reproduzir o seu processo de emancipação, tolerância, fraternidade e inclusão. Para alcançar o objetivo delineado, a pesquisa utiliza o método de análise bibliográfica e normativa, bem como realiza o uso da interdisciplinaridade. Os resultados ainda não foram alcançados, por ser uma pesquisa em curso, encontrando-se na fase de análise bibliográfica. João Geraldo de Mattos, psicólogo e professor da UFMT, preleciona que “A intolerância é a dificuldade na aceitação do outro. Isso se manifesta na dificuldade de ouvir aquilo que o outro tem a dizer. O diálogo entre as igrejas, denominações e as pessoas em geral é sempre delimitado. O erro está quando eu quero forçar o outro por todos os meios, legítimos e ilegítimos, a acreditar naquilo que eu penso. Daí começa a agressão. Temos que lutar pelo direito de todo mundo manifestar aquilo que pensa” A Educação é um direito de todos e deve ser orientada no sentido do pleno desenvolvimento e do fortalecimento da personalidade. O respeito aos direitos e liberdades humanas, é o primeiro passo para a construção da cidadania, e deve ser incentivado. A Educação inclusiva, portanto, significa educar em um mesmo contexto, as diferenças existentes não são vistas como problemas, mas como diversidade. É essa variedade, a partir da realidade social, que pode ampliar a visão de mundo e desenvolver oportunidades de convivência entre os povos. Não se trata da falsa comunicação, totalitária e impositiva. Trata-se da verdadeira comunicação, baseada no respeito e na abertura para o ouvir. Preservar a diversidade apresentada na escola, encontrada na realidade social, representa oportunidade para o atendimento das necessidades educacionais com ênfase nas competências, capacidades e potencialidades do educando. É necessário também uma conscientização cultural, para estabelecimento de um respeito mútuo entre os praticantes da fé, seja ela quem for. Afinal, a laicidade do Estado nos permite escolher o Deus a ser adorado e o céu a ser habitado, e bem aventurados sejam os que isso compreendem, porque deles é o reino dos céus.