O objetivo deste trabalho se constitui em analisar as fichas avaliativas respondidas por um grupo de reeducandas em termos das aprendizagens, dificuldades e necessidades de estudo sobre a prática de leitura de gêneros textuais realizados durante um conjunto de encontros pedagógicos entre os meses de março a agosto de 2016. A metodologia adotada é de cunho qualitativo, uma vez que se prima pelo estudo da história, das relações, das representações, das crenças, das percepções e das opiniões, produto das interpretações que os seres humanos fazem de como vivem, constroem seus artefatos e a si mesmos, sentem e pensam (TURATO et al, 2008). Assim participaram dos encontros, doze (12) jovens reeducandas com faixa etária compreendida entre 22 e 34 anos; com nível de escolaridade mínima do Ensino Fundamental, no entanto, duas delas informou ter Ensino Médio incompleto e outra ter o Ensino Superior incompleto. O tempo de permanencia destas jovens nesta instituição prisional varia de seis meses a um ano e meio de reclusão. Em geral, os resultados apontam que o exercício de resposta a ficha avaliativa traz à consciência da pessoa, os conhecimentos que de fato aprenderam e os conhecimentos que encontraram mais dificuldades. Ao tomar consciência do aprendizado consolidado, a pessoa participa de uma prática social cidadã e passa a averiguar o potencial subjetivo que tem para aprender e se desenvolver, transformando sua própria realidade e intervindo coletivamente nas vivencias culturais que a rodeiam, evidenciando o processo contínuo inerente ao ato de conhecer e de se comunicar em uma sociedade letrada.