Lima Barreto marcou sua cor, em suas narrativas, num período em que “apagar a cor” era “medida” necessária para ser aceito na intelectualidade literária de então. Esse comportamento foi acompanhado por dilemas e conflitos entre “a projetada inclusão e a realidade da exclusão social” (SCHWARCZ, 2011). Analisando o Diário Íntimo do escritor, notamos que ele vivia no lugar do infortúnio e do “descentramento” (HALL, 2003). Sentimentos que parecem revelar o desequilíbrio e a instabilidade do eu numa invariável sensação de deslocamento e sujeição. Nesta comunicação pretendemos analisar a identidade negra do escritor a partir de leituras de seu Diário Íntimo, estabelecendo aproximações com sua ficção, como no conto O filho da Gabriela e no romance Recordações do escrivão Isaías Caminha, observando em suas letras as crises de uma identidade negra em finais do séc. XIX e começo do séc. XX.