Muitos artistas de rua, e também da periferia, utilizam muros e paredes para ‘desenhar’ textos que caracterizam seus cotidianos. McLuhan diz que “o meio é a mensagem” e trata “o meio como extensão do homem”. Num contexto diferente dos ‘escritores marginais’ da década de 70, na definição de Ferrez, escritor paulistano, ao escrever para a Revista Caros Amigos, em 2001, define os novos Escritores Marginais como pessoas da periferia que, há muito, não tinham espaço para publicar seus textos, suas artes e que, mesmo assim, escreve sobre o cotidiano da sua comunidade – geralmente, com linguagem extremamente coloquial. Para realizar este trabalho, buscou-se observar como um muro pode se tornar um ‘livro’, oferecendo espaço para voz de um povo (identidade) e como essa ‘meio’ (muro), há muito vem servindo de suporte para grafiteiros e antes, pessoas que reivindicam, ou artistas que expõem suas artes, seja ou não da escrita.