Na presente atividade, buscamos analisar como se dá a construção da verdade, a partir da recuperação da memória social em “Crônica de uma morte anunciada” de Gabriel Garcia Márquez. O narrador relata o assassinato de seu amigo Santiago Nasar, no pequeno vilarejo em que habitavam, após dedicar quase três décadas à tomada de depoimentos sobre as circunstâncias da tragédia. Compondo uma complexa colcha de retalhos, marcada pela emoção dos habitantes do vilarejo e por sua própria emoção, o narrador reconstrói a memória coletiva do ocorrido, bem como constrói um discurso de verdade sobre os fatos carregado de extrema subjetividade e arbitrariedade. Frente ao microcosmo textual, o leitor é posto diante da contradição entre a verdade do texto e o insólito que marca a narrativa fantástica de Garcia Márquez.