Na história do romance brasileiro, o ano de 1857 é marcado pelo surgimento de O guarani, publicado no rodapé do Diário do Rio de Janeiro, em que José de Alencar colaborava. O livro obteve um sucesso estrondoso de público enquanto saía em folhetim e, depois, século XX afora. No mesmo ano de 1857 foi publicado, em Recife, o romance Simá, do baiano Lourenço da Silva Araújo Amazonas, que não ultrapassou as fronteiras do ostracismo, embora de tema indianista, e que poderia ter colocado fogo nas discussões do cenário do Romantismo brasileiro, acirrado pelas questões de busca e afirmação da identidade nacional. Diante da trajetória tão díspar desses dois romances coetâneos e de temática semelhante, nosso propósito, neste trabalho, é analisar as possíveis razões do sucesso de um e do ostracismo do outro.