Este trabalho propõe uma discussão acerca das migrações de escritores, de travessias e de deslocamentos entre Portugal e Brasil, em especial na formação e na trajetória literária e intelectual de Agustina Bessa-Luís (1992 - ), tomando por base de reflexão, categorias como cânone, por Harold Bloom (1991), paratopia, segundo Dominique Maingueneau (2005), errância, para Mauro Maldonato (2004), e os fundamentos da nova historiografia literária, por José Luis Jobim, como tradição e origem (1994). A proposta de reflexão será desenvolvida a partir do discurso que a escritora portuguesa proferiu em 1989, no Rio de Janeiro, na Academia Brasileira de Letras, como parte de seus compromissos, juntamente com outros intelectuais, da viagem que compreendeu vários estados brasileiros, conforme está registrado em Breviário do Brasil (1991), escrito após seu retorno a Portugal.