Refletir como a criança e a infância têm sido usualmente referenciadas no contexto escolar parece ser um desafio hoje. Sensível a esse contexto o presente trabalho busca compreender como as crianças estão, compreendendo e vivenciando a infância e a sua educação no contexto da Educação Infantil e no primeiro ano dos anos iniciais do ensino fundamental, que a partir da lei n°11.274/2006 que tornou obrigatória a matrícula de crianças de seis anos de idade no 1º ano do Ensino Fundamental, transferindo também para esse nível de ensino a responsabilidade de lidar com uma educação voltada para a infância. O mesmo se insere no contexto de pesquisas com crianças e buscou compreender os sentidos que elas atribuem aos fazeres, os aprenderes e a infância. Do ponto de vista teórico a reflexão aqui proposta, parte da problematização da própria noção de infância e sua educação. No desenvolver do trabalho, buscamos dialogar com autores como Kohan (2003), Pinto e Sarmento (1997), Kramer (2006) Brandão (2009) Borba (2007), dentre outros no que se refere a infância e como ela vem sendo enunciada na Educação Infantil e no primeiro ano dos anos inicias do Ensino Fundamental. Nesse contexto, delimitamos como campo empírico duas escolas municipais das Cidades de Santa Cruz do Capibaribe e Taquaritinga do Norte. Como instrumento de coleta de dados utilizamos entrevistas semi-estruturadas. Participaram dos diálogos um total de 29 crianças que frequentavam a educação infantil e o 1º ano do Ensino Fundamental. Em linhas gerais, a as vozes das crianças sinalizam a necessidade de uma maior atenção a o lugar da infância no contexto escolar tanto na Educação Infantil como no primeiro ano dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Os fazeres e os aprenderes estão majoritariamente centrados nas atividades conteudistas marcado por uma lógica e uma cultura mais “escolarizante”, minimizando outras dimensões neste processo. Fica evidente, por exemplo, a minimização do brincar em detrimento de outras atividades. Isto nos remete a pensar criticamente sobre o cotidiano escolar, o qual na maioria das vezes transforma-se em uma rotina caracterizada apenas por uma produção de atividades. Neste cenário valorizar as potencialidades infantis torna-se um grande desafio.