Reconhecer as singularidades infantis, especificamente no contexto da Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental, tem se constituído um desafio da educação brasileira. As amplas reformas que ocorreram nos últimos anos, sobretudo, referente à ampliação do Ensino Fundamental para nove anos, acabaram por problematizar o lugar da criança, infância e da sua educação. Assim, partindo do descentramento do olhar do adulto sobre esta questão, desenvolveu-se a pesquisa intitulada: A Infância pelo olhar das crianças: um estudo nas Escolas Municipais da Região do Agreste Pernambucano . Objetivando através do desenvolvimento dessa pesquisa compreender os sentidos e os significados veiculados entre as crianças da Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Como campo empírico, delimitou-se Pré-escolas e escolas dos anos iniciais do Ensino Fundamental das Redes Públicas Municipais da Região do Agreste/PE, especificamente das cidades Toritama e Belo Jardim. Como instrumento de coleta de dados, utilizou-se observações e entrevistas semiestruturadas com crianças das referidas instituições. Levando em consideração que a pesquisa encontra-se em fase de conclusão, de acordo com as análises empreendidas pode-se pontuar de antemão que a ênfase na aprendizagem conceitual, com maior intensidade no Ensino Fundamental, tem minimizado o lugar da infância na escola. As vozes das crianças que chegava a ressoar como reivindicações demonstraram a pouca atenção dada à especificidade da Educação Infantil e Fundamental.