A sociedade é orientada culturalmente por um conjunto de valores, práticas, crenças e normas que promovem relações de gênero marcadas pelas desigualdades construídas entre homens e mulheres ao longo da vida. Como construções culturais, estas relações são influenciadas diretamente pela educação, que tanto pode modificá-las, como pode contribuir para perpetuar as assimetrias de gênero, alimentando as relações de poder em que o masculino seja privilegiado em detrimento do feminino. Assim, o presente estudo tem como objetivo identificar as percepções de gênero de estudantes de duas turmas do terceiro ano do Ensino Médio, de uma escola pública de Remígio-PB, com vistas a realização de oficinas sobre Gênero e Juventude, no âmbito do Programa de Extensão “Quem disse que as mulheres não podem? Educação em Direitos, Esportes e Saúde” (PROEXT/MEC/2015) . Para a discussão dos resultados, são adotados os conceitos de androcentismo conforme Bourdieu (2005) e estereótipos de gênero. Foram feitas visitas à escola para coleta de dados mediante ao uso de questionários, com uma amostragem de 68 estudantes, sendo 42 meninas e 26 meninos, com idades entre 15 e 22 anos. Os resultados apontam que há alterações em relação às concepções conservadoras de gênero, mas, confirmam que ainda se revelam visões androcêntricas, tanto para o âmbito familiar como para a escola, manifestas a partir da naturalização dos estereótipos de gênero.