Para além das novas possibilidades de ensino diante dos problemas escolares, a pesquisa de Carraher et al. (1989) gera outra inquietação: quem tá no controle da solução de problemas não deve ser a preocupação primeira dos profissionais e sim como tratar os problemas diante das ferramentas e corpos profissionais dispostos. Isso é muita vezes esquecido pelos profissionais, principalmente no ambiente escolar onde existem atores de áreas diversas que muitas vezes querem sobrepor o seu saber ao outro, não levando em consideração que o que deve ser sobreposto é a dificuldade do aluno, por este é o compromisso do psicólogo escolar e educacional, como nos lembra Antunes (2008). O cuidado com o outro, que precisa ser olhado, ainda deve ser a prioridade. “Como contribuir?” é uma boa questão para que tanto psicólogos, quanto professores e coordenadores educacionais reflitam em suas práticas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Visando a contribuição no debate da denominada Psicologia Escolar, esse texto realizou a apresentação do campo resgatando o contexto histórico e os referenciais teóricos, a princípio com a breve análise do periódico Educação & Sociedade, que possibilitou a indagação de outras questões também relevantes no assunto. Eixos principais foram apontados: o problema do fracasso escolar, a necessidade da articulação entre prática e teoria, além da legitimação da psicologia na área.
Ao retomar os princípios históricos da psicologia no campo da educação, percebemos como o discurso que busca as origens da Psicologia Escolar e Educacional tende a apontar para as práticas desenvolvimentistas que se apoiam nos aparatos da cognição e produção avaliativa diante atendimentos com fins no diagnóstico. Esta característica é descrita principalmente por aqueles que falam a partir do campo Educacional e Pedagógico, movimento este, que vem sendo fortemente desconstruído por teóricos que apresentam etnograficamente os grandes feitos da psicologia no ambiente de educação e ensino.
As reflexões apontam, por fim, para a inquietação no campo escolar, movimentando-o para levantar discussões importantes sobre formação de professores, a inovação prática, e os planejamentos, como um breve mapeamento para aqueles que praticam o ensino e a educação cotidianamente.