O presente trabalho apresenta os resultados da pesquisa que teve como objetivo investigar como os estudantes percebem as desigualdades sociais no novo ensino médio. De modo específico, o trabalho buscou analisar as relações existentes entre juventude, educação e desigualdade social, levando em consideração a visão que os jovens têm da escola, o papel que eles atribuem a ela na construção e concretização de seus projetos de vida e como as desigualdades sociais permeiam e impactam o cotidiano escolar no novo modelo de ensino médio. O estudo consistiu em uma pesquisa-formação, com abordagem qualitativa. Participaram da pesquisa 65 estudantes, regularmente matriculados em uma Escola de Ensino Médio em Tempo Integral (EEMTI) localizada na cidade de Sobral, interior do Ceará. A coleta de dados foi realizada através de oficinas narrativas-autobiográficas. A interpretação dos dados se deu a partir da análise das matérias produzida pelos discentes, amparados em uma leitura crítica sobre as desigualdades sociais no campo educacional, considerando apontamentos teóricos de estudos como os de Bourdieu, Jessé de Souza, Yannoulas, Duarte, Dayrrel, que consideram que a escola reproduz as desigualdades sociais existentes, mas, que ainda assim, é uma importante ferramenta de superação das mesmas. Nessa perspectiva, como resultado, foi possível perceber um olhar semelhante dos discentes em relação a esse fenômeno, em que relataram vivenciar as desigualdades de diferentes modos dentro da escola, entretanto, enxergam na educação uma maneira de combatê-las.