A presença de estudantes com necessidades educacionais especiais vem sendo cada vez uma realidade nas salas de aula da educação básica e, consequentemente, no ensino superior, porém os currículos dos cursos de licenciatura não acompanharam essa realidade, o que reflete na formação do professor e consequentemente em sua atuação profissional. Para ensinar química de maneira mais inclusiva é necessário que o professor tenha suporte tanto na formação teórica quanto na disponibilidade de recursos pedagógicos acessíveis. Nesse sentido, este texto apresenta uma síntese das pesquisas desenvolvidas a partir de 2018, ano de implantação da primeira turma do Pibid no Curso de Química, vinculado ao Centro de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual do Ceará, que geraram recursos pedagógicos acessíveis (RPA), com vistas a inclusão de estudantes com deficiência visual (DV), cegos e de baixa visão. Os RPA estão classificados em duas categorias em função do tipo de material utilizado: i) produzidos com EVA, tecidos e outros materiais para representar diferentes texturas, acetato (escrever o braile), papel cartão para registro da escrita em letra bastão; ii) produzidos em tecido bordado, utilizando-se diferentes linhas e pontos para produzir diferentes texturas e escrever as informações em braile e em letra bastão. Nas duas categorias foram abordados conteúdos tais como: modelos atômicos, distribuição eletrônica, tabela periódica, classificação de misturas, ligações químicas, funções orgânicas e equilíbrio químico. A pesquisa mostrou que todos os recursos foram produzidos respeitando os critérios de qualidade definidos pelo MEC para recursos pedagógicos adaptados, foram validados por voluntários com deficiência visual, e, promovem a facilitação do processo de ensino e aprendizagem de conceitos de química aos estudantes com DV, além de contribuir para um ensino de química mais inclusivo.