A população brasileira é composta majoritariamente pelo público feminino, segundo o Censo 2022, e os percentuais são ainda maiores com relação a parcela que cursa o ensino superior. Entretanto, há uma desproporção quanto a distribuição dessa população com relação aos cursos, havendo uma concentração do público feminino nos cursos na área da saúde e educação, com percentuais superiores 60%, atingindo 92%, e uma escassez na área das exatas, com o máximo de 30%, segundo o Censo do Ensino Superior de 2022. Assim, compreendendo a Matemática como a disciplina de maior relevância para o ingresso e desempenho na área, comparar o desempenho dos inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), autodeclarados do gênero feminino, aos do gênero masculino, permite que sejam avaliados a competência com relação a esta disciplina. Através da Análise de Componente Principal (ACP), aplicado sobre dados coletados relacionado as habilidades avaliadas pelas provas de Matemática e suas Tecnologias, das aplicações de 2009 a 2022 do ENEM, obtém-se os percentuais de acertos da habilidade principal de cada ano, do público feminino e do masculino, e dos acertos da principal habilidade de todas as aplicações. Para ambas as análises, os percentuais de acertos da população feminina e masculina foram semelhantes. Além disso, ao se obter a média das proficiências de ambas as populações, para cada ano analisado, observa-se que a população feminina apresenta a média superior à média da população masculina. Dessa forma, sabendo que a proficiência é calculada baseando-se na coerência entre as respostas do aluno, o fato dos percentuais de acertos muito semelhantes, mas a média superior do público feminino, indica que este possui respostas mais coerentes e, portanto, melhor desempenho nas provas de matemática do que o público masculino. Assim, compreende-se que o público feminino, em geral, tem competência para atuar na área das exatas.