O objetivo do presente trabalho é estabelecer algumas reflexões a respeito da gestão de escolas associativas e identificar como os processos educacionais afetam diretamente o nível de densidade democrática (SEFFNER, 2017) destas instituições em especial. Entendendo a singularidade deste modelo de escola, que apesar de privada não se constitui como propriedade de uma pessoa ou família, é possível desenvolver um caminho fértil para efetivar uma horizontalidade de suas ações diretivas e educacionais. Será abordado como a democracia interna, tanto na gestão escolar como no campo pedagógico em si, é uma trajetória que potencializa práticas inovadoras, diferentes saberes e a rotina deste tipo de instituição. O engajamento constante de famílias, estudantes e professores/as se faz necessário para que práticas hierárquicas não se estabeleçam e nem tenham condições de se naturalizar. Ter as vozes, dos diferentes segmentos da comunidade escolar, ouvidas e valorizadas no processo decisório do cotidiano escolar é importante para que projetos não se desvirtuem e acabem se corroendo com o passar do tempo, incorporando os vícios hierárquicos e antipedagógicos de escolas privadas tradicionais. Será abordado também como a pluralidade é um fator chave para estas instituições, precisando ser vista no corpo estudantil, docente e nos órgãos de deliberação. Assim, evita-se criar um oásis de privilégios para uma classe social que pode financiar as cotas associativas, que ensina e possui um discurso de defesa da diversidade, mas que não é capaz de democratizar o acesso à escola, através de ações afirmativas, e nem as instâncias de decisão, através de uma real representatividade.