Neste artigo, discute-se a relação entre a Teoria das Situações Didáticas de Guy Brousseau e a Educação Matemática Inclusiva, enfatizando a importância da Didática da Matemática na prática docente nesse contexto. O estudo utiliza uma metodologia exploratória e comparativa para compreender o processo de adaptação, considerado um tema central em muitos estudos no paradigma da Educação Matemática Inclusiva. Uma das facetas dessa adaptação é a necessidade de adaptar o ambiente escolar para receber o aluno, mas quando a Teoria das Situações Didáticas enxerga a aprendizagem como um processo adaptativo, surge a questão se esse processo diz respeito apenas aos sistemas de ensino ou se o aluno também tem o potencial de se adaptar ao ambiente como um mecanismo de equilíbrio ao meio? Para isso, a noção de situação de Brousseau é essencial como parâmetro de análise desse estudo, uma vez que entendemos a deficiência como diferença, ou seja, ela é o produto de interação do sujeito tal como é com um meio que inscreve impedimentos de participação nas atividades sociais. Apesar das tensões teóricas entre os paradigmas, as interseções construídas sugerem a possibilidade de uma abertura mútua na compreensão do ensino e da aprendizagem da matemática em relação ao processo de adaptação.