Um dos objetivos da Educação Profissional (EP) é formar trabalhadores pelo trabalho e para o trabalho, para alcançar esse objetivo, o docente da EP precisa desenvolver competências técnicas e pessoais por meio de formação continuada traçada em parte pela necessidade e em parte pela afinidade. Todavia, com o crescimento de casos diagnosticados de Transtorno do Espectro Autista (TEA) no Brasil e o possível aumento na matrícula de discentes com TEA nos cursos técnicos integrados ao ensino médio, independente da área de formação do docente da EP, há a necessidade de formação continuada nessa área específica. Em 2024, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN) promoveu cursos de formação inicial e continuada para a comunidade na área de autismo e inclusão escolar. O presente artigo tem como objetivo analisar o perfil e a motivação dos docentes inscritos que atuam na EP. Utilizou-se como técnica de coleta de dados, a entrevista semi estruturada e os dados foram analisados através da técnica de Bardin (1977). A população foram 18 docentes, a maioria fez a inscrição no curso por indicação de outros professores que participaram da formação em 2023. Em relação ao perfil dos pesquisados, 60% são mulheres que moram na capital do estado, 94% tem filhos autistas, cujos filhos são menores de 18 anos de idade. Conclui-se que a maternidade atípica foi o fator motivacional para a busca da formação. Duas categorias foram evidenciadas, os cursistas que se inscreveram por ter a necessidade de promover melhor aprendizagem do filho e consequentemente do seu alunado e os que se inscreveram por curiosidade e/ou para expandir seu conhecimento sobre autismo. Dos professores pesquisados, um é autista, tem filho autista e dá aula para alunos autistas. A empatia foi o sentimento predominante nas falas dos pesquisados.