Trata-se de uma reflexão sobre a minha práxis nas comunidades tradicionais por onde passei nos últimos dez anos, práticas essas mediadas majoritariamente por parcos e simples, mas eficientes recursos didáticos dos quais farei, neste trabalho, uma avaliação, destacando o potencial por trás de coisas simples como o quadro, o giz, o caderno, a contextualização, a contação de histórias, o debate e a música, meios pelos quais tenho mediado o processo de ensino-aprendizagem em comunidades ribeirinhas e litorâneas daqui da Paraíba e de Pernambuco. Assento o presente artigo nas (re)leituras das obras do professor Paulo Freire, Pedagogia do Oprimido (1987) e Pedagogia da Autonomia (1996), essenciais ao entendimento filosófico e pedagógico em que se baseia a minha docência e as práticas que aqui procurarei dissertar. No que diz respeito ao referencial que move a geografia escolar que desenvolvo e que por ora pesquiso, a professora Lana de Souza Cavalcanti (2006; 2013), assim como os trabalhos de Rosa (2006) e de Antunes (2010) são essenciais para entender esse mister. Além da metodologia que norteia o presente texto, que é, sobretudo, um relato de experiência ancorado nas contribuições de Colombo (2015) e Mussi et al (2021). A esse respeito, posso afirmar que, para o ensino de geografia nas escolas das comunidades tradicionais, os meios mais simples são quase sempre uma realidade, mas que mobiliza o professor-pesquisador para uma resistência ativa com adequação de quadros e produção coletiva e autônoma de recursos didáticos que potencializam os processos de construção de conceitos geográficos, para tanto, discutimos o papel e a importância dos recursos e das estratégias didáticas por meio das considerações de Vasconcelos (2005), Passini et al (2010), Pereira (2012) além de Portugal e Souza (2013).