Existem diversos recursos de Geografia e práticas educativas que contribuem significativamente na construção do conhecimento e no desenvolvimento cognitivo das crianças com deficiência visual: mapas, maquetes e livros táteis, falados ou audiolivros, entre outros. A Geografia está presente em todos os lugares, construímos geografias por espaços distintos, são inúmeras possibilidades de atuação. A história pode ser iniciada sobre narrativas em uma pequena cidade, campo, bairro ou até mesmo na escola, incluindo os principais atores com deficiência visual, imigrantes e indígenas, retratando a pluralidade existente, somos sujeitos múltiplos. Almejando a consolidação de práticas inclusivas, o presente trabalho utiliza a contação de histórias como metodologia potente para ensinar Geografia para as crianças com deficiência visual. As questões norteadoras foram: Como construir conceitos de Geografia com as crianças com deficiência visual através da literatura? Quais as possibilidades para tornar as aulas inclusivas e dialógicas? Trata-se de uma pesquisa de cunho bibliográfico com abordagem qualitativa e de caráter exploratório, norteada pela perspectiva histórico-cultural e campo dos estudos sobre a deficiência e educação. A discussão teórica está relacionada com a tríade: Ensino de Geografia Inclusivo – Processo de ensino-aprendizagem das crianças com deficiência visual e Geografia da infância. A contação de histórias permite desvelar a Geografia, ultrapassando o imagético, expressa a linguagem e a interação social, representa a articulação da ludicidade, construção e ressignificação de conceitos, autonomia e expressão, elementos essenciais para o desenvolvimento. Além da voz, elementos táteis e multissensoriais para construção de cenários podem ser amplamente utilizados, considerando as especificidades e potencialidades das crianças e objetivos da aula. O refazer-se, docente, torna-se essencial para efetivar a inclusão, uma vez que somos sujeitos em constante transformação. A escola é o lugar de socialização, desenvolvimento e difusão do conhecimento. Em seu cerne, traz a alteridade, a diversidade, onde não há espaço para práticas reducionistas e homogêneas.