A sensação de pertencimento de pessoas negras em uma universidade é um tema complexo, que envolve questões históricas, sociais e culturais. Políticas de cotas foram implementadas para promover o acesso de pessoas negras à educação superior, no entanto, o pertencimento em uma universidade vai além do simples acesso, envolve também a criação de um ambiente inclusivo. O objetivo deste trabalho foi relatar a experiência de uma discente afrodescendente em um projeto de extensão desenvolvido por uma Universidade Pública do Rio de Janeiro. O trabalho consistiu na reestruturação da página de Instagram do programa de extensão saúde e bem-estar e qualidade de vida (SABEQ) e foi desenvolvido pela aluna durante o ano de 2022. Essa página é voltada para o público externo com o propósito de divulgar temas de saúde e bem-estar. Sabe-se que este material deve ser atraente, apresentar adequação linguística que leve informação simplificada a população leiga, logo exige complexidade na sua criação. Como resultado alguns posts obtiveram cerca de 2300 curtidas o que sinaliza, no ramo virtual, uma postagem bem recebida pelo público. Ao longo da experiência algumas frases da aluna descreve os seus sentimentos, tais como: “sensação de realização”; “percepção de maior aprendizado” e “inclusão e pertencimento”. Conclui-se que os programas de extensão além de funcionar como espaços para diálogo comunidade/ universidade, também pode expandir os esforços de inclusão de alunos negros/ pardos ao ambiente universitário.