O presente trabalho colige os esforços empreendidos em publicizar nossas experiências de estudos e pesquisas a respeito das produções cotidianas realizadas numa atividade de extensão no território de um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do agreste alagoano. Nos debruçamos em investigar de modo geral a participação política das crianças desse território e suas relações com uma educação que se propõe emancipatória, a partir das postulações de Paulo Freire. E especificamente buscamos: compreender como a infância dos Sem Terrinha é visualizada enquanto categoria de sujeitos ativos na produção educacional e política do território nas comunidades do MST; empreendemos estudos teóricos-bibliográficos sobre as concepções educacionais vinculadas a escola desse assentamento, assim como das cartilhas do MST que afirmam noções sobre a participação infantil na luta política do movimento; e, examinamos os relatos do cotidiano das atividades que foram desenvolvidas nesse território, nos trazendo inquietações diante das cenas do cotidiano e das demandas colhidas. Nesse sentido, essa produção consiste num relato de experiência. Concluímos que o modelo de infância, concebido e proposto no MST, é revolucionário, ao passo que a compreende dentro a infância como uma construção da própria educação e luta política, que concebe esses sujeitos ativos e críticos da realidade e produtores de sua autonomia seja na sociedade que vivem ou na sociedade que almejam. Essas produções e socializações conferem um lugar profundamente emancipatório da infância sobre a própria educação e, necessariamente, saúde mental dos Sem Terrinha