A lei das Cotas (2012), dispõe sobre o ingresso nas universidades federais e nas instituições federais de ensino técnico de nível médio de educação superior vinculadas ao Ministério da Educação. Em cada concurso seletivo para ingresso nos cursos de graduação, por curso e turno, no mínimo 50% de suas vagas para estudantes que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas. Terão as vagas preenchidas por autodeclarados pretos, pardos e indígenas, em proporção no mínimo igual à de pretos, pardos e indígenas na população da unidade da Federação onde está instalada a instituição, segundo o último censo do IBGE. Apesar dos avanços que esta trouxe para a discussões sobre as barreiras educacionais impostas à população negra, o ambiente acadêmico e as desigualdades sociais não foram ultrapassadas. A presente pesquisa se propõe identificar e analisar a inserção no mercado de trabalho acadêmico universitário de doutores pretos e pardos egressos dos programas de doutorado da Pós-graduação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. O recorte de gênero e 17 programas de doutorado das áreas de Educação, Psicologia, Ciências Sociais, Ciências Sociais aplicadas foram considerados na escolha dos depoentes. Foram realizadas 36 entrevistas temáticas a partir de questões desencadeadoras de narrativa, para captar a dinâmica do processo de cada egresso e o sentido que atribuiu a experiência vivida. Com delineamento de estudo de caso, buscou-se explicitar o percurso de doutores negros e negras que atua no contexto universitário comparando com os dos brancos. Considerando o número reduzido de docentes doutores negros nas instituições de ensino superior e especificamente a invisibilidade de docentes negras, as experiências deste egressos possibilitaram identificar dificuldades no processo de formação, bem como de inserção e permanência na atuação profissional no contexto universitário.