As pessoas surdas têm enfrentado a invisibilidade social, especialmente em torno de questões acerca de gênero e sexualidade. Assim, este estudo objetiva discutir sobre as contribuições da Psicologia Escolar na promoção da inclusão de pessoas surdas, por meio da educação sexual. Para tanto, foi desenvolvida uma pesquisa bibliográfica que abrangeu produções científicas entre 2018 e 2023. Os principais resultados indicam limitação de estudos sobre a promoção de conhecimentos sobre sexualidade para pessoas surdas nos ambientes familiar e escolar. A ausência dessas discussões tem impactado diretamente o acesso a informações essenciais para a saúde, segurança e bem-estar das pessoas com deficiência auditiva. Diante da barreira linguística e da inacessibilidade à cultura surda, persiste o preconceito capacitista de que as pessoas surdas não têm desejo de ter uma vida sexual ativa. Como consequência, o acesso à educação sexual é negligenciado, privando-os principalmente da oportunidade de compreender e discutir seus corpos e seus limites pessoais. Tanto a família quanto a escola, como instituições primordiais ao desenvolvimento do indivíduo, têm contribuído impensadamente para um cenário vulnerável e desigual para a pessoa surda, aumentando sua suscetibilidade a abusos e violências sexuais. Cabe à Psicologia Escolar desconstruir abordagens da educação inclusiva que não promovem a autonomia, e assim, viabilizar o acesso da pessoa surda à educação sexual durante seu processo construtivo de identidade social.