O ensino de Biologia para estudantes com deficiência visual (DV) tem sido historicamente desvalorizado. Enquanto a Biologia se concentrar principalmente na observação visual, é fundamental reconhecer e abordar as barreiras enfrentadas pelos estudantes com DV. Uma das barreiras instrumentais para o processo de ensino-aprendizagem desses discentes é a disponibilização de recursos táteis para o entendimento de imagens. O aprendizado desses conceitos exige uma enorme capacidade de abstração, o que gera dificuldades para acessar a disciplina. Para superar esses desafios, é essencial adotar abordagens inclusivas, como a utilização de materiais que permitam a exploração tátil das estruturas biológicas e gráficos, visando garantir a acessibilidade dos estudantes com DV ao ensino de Biologia. Dentre esses, os materiais grafotáteis em acetato são uma excelente alternativa, já que este é um material bastante durável, leve e fácil de ser transportado, o que favorece seu uso nas atividades escolares. Nesse contexto, o objetivo do trabalho é apresentar a construção de cadernos grafotáteis de Biologia. Para a impressão em acetato, é necessário a matriz grafotátil em 2D, produzida com materiais de fácil acesso e a termoformadora de baixo custo. Após a construção das matrizes, é feita a impressão em acetato, utilizando a termoformadora, que resulta em um material em alto relevo. Associa-se ao acetato, a impressão da matriz em tinta com cores fortes e contrastantes para que o material possa ser usado, também, por pessoas com baixa visão e videntes. Como resultado foram produzidos um caderno grafotátil de cladogramas do Reino Animal e outro de células. Estes materiais se mostraram surpreendentes, dada a qualidade e durabilidade, com potencial de evitar o retrabalho na construção de novos recursos a cada ano letivo. Além disso, potencializou a aprendizagem dos conteúdos e contribuiu para a efetiva participação nas aulas de Biologia dos estudantes com DV.