Este estudo versa sobre o tema sexualidade da mulher lésbica com transtorno do espectro autista, sendo inserido na linha de Biologia tendo em vista que no contexto da educação formal, a sexualidade historicamente vem sendo reproduzida por professores de Ciências Biológicas, o trabalho faz parte de um estudo maior intitulado por “A sexualidade da pessoa com deficiência e as entrelinhas da violência simbólica”, desenvolvida pelo Grupo de Pesquisa Affectio/CNPQ (UFPE). Inicialmente o objetivo do estudo era desenvolver revisão sistemática da literatura sobre a temática, contudo, apesar do Transtorno do Espectro Autista ter sido inserido no Manual de Transtornos Mentais 3 (DSM) no ano de 1980, ainda há poucos estudos que versam sobre a temática sexualidade da mulher com TEA. Assim, optou-se por, através do método história oral, que teve como sujeito a autora, uma mulher lésbica com autismo, levantar as disposições de violência simbólica presentes na narrativa dessa agente. Os dados foram tratados por meio do método autoanálise, sendo as reflexões dispostas na teoria bourdieusiana. Os resultados indicam que a mulher lésbica com autismo vivencia tripla exclusão na vivência da sua sexualidade, aderindo à política do silenciamento por meio de modelagens sociais.