O presente relato exterioriza o olhar, surpresas e inquietações que surgiram ao longo da minha jornada como usuário e pesquisador trans no Centro de Referência no Atendimento Integral à Saúde Transespecífica (CRAIST) do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia, mais conhecido como o ambulatório trans de Uberlândia. Pretendo compartilhar minha experiência nesse serviço como um usuário transmasculino e também minha participação regular nos bastidores dos atendimentos durante o período em que o ambulatório foi parte integrante da minha pesquisa de mestrado. Mais especificamente, trago as aflições e expectativas que me levaram a ser usuário do CRAIST, as reviravoltas que me conduziram a realizar uma pesquisa que, em partes, ocorreu no ambulatório. Também abordo as minhas interações com os profissionais da equipe multidisciplinar, minhas observações nos acolhimentos e atendimentos da equipe e as experiências de estar "do outro lado da mesa" em relação aos outros usuários. Além disso, compartilho as sensações, surpresas e inquietações que essa dupla experiência trans no serviço de saúde me proporcionou.