Nick nasceu no Espírito Santo no ano de 2000. Seu interesse por música despertou ainda na infância a partir de cantores como: Ivete Sangalo e Tim Maia. Ele relata perceber a ausência de homens trans. na música. Acreditando que uma maior representatividade no cenário musical poderia ter evitado processos dolorosos em sua trajetória enquanto homem trans., Nick decide ocupar esse lugar e utiliza a música como meio de partilha do seu conhecimento e inspirando pessoas de dentro e de fora da comunidade. Assim, o trabalho propõe uma discussão da construção histórica e social do corpo transmasculino a partir da análise da música "Sol no peito" de Nick Cruz e entrevistas referentes a construção de sua obra. O referencial metodológico será composto por Napolitano (2001) e sua compreensão da música enquanto documento, onde a música consiste em um ponto de fusão entre valores culturais, estéticos e ideológicos. Já o referencial teórico será composto por Nedel (2022) e Ribeiro et al. (2023) com suas discussões sobre a historicidade da população transgênico e as possibilidades existenciais e performáticas da transmasculinidade. A partir das costuras feitas entre a música e as construções teóricas referenciadas, foi possível perceber a leitura social e histórica do corpo transmasculino. Portanto, a música também pode ser pensada e movimentada enquanto aliada para o enfrentamento dos preconceitos e do processo de invisibilização dos corpos dissidentes.