A comunidade trans tem, ao longo dos últimos anos, reivindicado reconhecimento social especialmente através da luta por direitos. Entretanto, o que se observa é uma persistência contínua de privações de garantias, ocasionadas, dentre outros motivos, a partir da omissão legislativa que invisibiliza a existência desses corpos. Assim, a presente investigação tem como objetivo analisar como o Judiciário Federal brasileiro tem argumentado e decidido ao se deparar com pleitos previdenciários de pessoas trans no Brasil, durante os anos de 2010 a 2021. Se trata, portanto, de pesquisa qualitativa, de caráter empírico, realizada a partir de revisão bibliográfica, pautada a partir do transfeminismo, bem como pesquisa documental. A perspectiva analítica de produção de conhecido se dá a partir da Análise Crítica do Discurso (ACD), refletindo sobre as possíveis dificuldades e problemáticas que podem ser levantadas ao se pensar o acesso dessas pessoas a diversas espécies de benefícios existentes no país e problematizando o próprio campo jurídico e sua composição enquanto palco da luta por direitos. As reflexões são norteadas pela percepção da necessidade de o Estado em proteger e repensar a realidade desses corpos e suas construções enquanto sujeitos de direitos.