A Lei nº 11.340/2006, também conhecida como Lei Maria da Penha, mesmo após 17 anos, ainda encontra obstáculos diversos em sua implementação, principalmente quando o assunto envolve a atuação das/os profissionais envolvidos. Este estudo teve como objetivo analisar como a literatura científica recente tem descrito as percepções de policiais civis sobre seu trabalho em Delegacias Especializadas no Atendimento à Mulher (DEAMs). Foi realizada uma revisão narrativa nas principais bases de dados (SciELO, BVS, PsycInfo, Web of Science, LILACS, PubMed, Redalyc, Embase, CINAHL, Portal Capes e Scopus), com combinações distintas entre os termos “Polícia$”; "Violência contra a Mulher"; "Violência Doméstica"; "Violência de Gênero"; "Violência por Parceiro Íntimo”; e “Política$ Pública$”. Foram selecionados 8 artigos que versam, por meio de entrevistas e/ou etnografias, sobre o assunto e que atendiam aos critérios selecionados de data, público e origem. A partir da Análise Temática Reflexiva surgiram temas que retratavam os desafios do atravessamento dos pontos de vista pessoais de policiais no atendimento, o que influencia no reconhecimento das vítimas como tal e o impacto negativo cruzado que esse descompasso de perspectivas produz. Sob os olhares da Psicologia Social e epistemologias feministas, foi possível observar o desencontro gigantesco entre a prática laboral da Polícia Civil e o que a própria lei e Norma Técnica de Padronização das DEAMS estabelecem como necessário no atendimento para casos de Violência Contra a Mulher e/ou Violência de Gênero.