A matemática, frequentemente, chamada de "rainha das ciências" foi, assim, como a maioria dos impérios, edificada sobre alicerces patriarcais, excludentes e com padrões heteronormativos. Dessa forma, para estabelecer conexões mais significativas entre a matemática e os contextos sociais mais amplos, é preciso a promover um rompimento com essa base. O que nos leva ao questionamento: Que corpos ocupam as ciências ditas exatas? No Brasil, essa realidade se reflete na comunidade LGBTQIAPN+, frequentemente, retratada como uma população marginalizada, perseguida e, por vezes, vítima de violência e homicídios. Tais narrativas expurgam nossos corpos de espaços como a universidade, a escola e, por que não, a matemática. Nesse contexto, o presente trabalho tem como objetivo refletir sobre e com as vivências de professores LGBTQIAPN+ em formação dos cursos de exatas do Departamento de Ciências Exatas e Tecnológicas da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, no campus de Vitória da Conquista - Bahia. Como referenciais teóricos norteadores, flertamos, principalmente, com o campo dos estudos de gênero em articulação com a educação matemática. Essas experiências são compartilhadas, metodologicamente, por professores em formação, utilizando a pesquisa narrativa, por meio da produção de narrativas autobiográficas. Onde, inicialmente, serão aplicados questionários online, a partir disso planejaremos um documentário e, posteriormente, realizaremos uma análise narrativa, amparada em pressupostos do método documentário. É fundamental trazer à lume esses relatos, para que possamos compreender como essas experiências nos atravessam, como agentes de produção de conhecimento matemático e, também, como corpos que seguem criando sobre a própria existência, consolidando assim, nossas identidades.