Este trabalho tem como objetivo discutir a inserção e participação das mulheres nas áreas de Ciências e Tecnologia tendo em vista que historicamente essa é uma área de reduto masculino. Atualmente, as mulheres têm adentrado em áreas de atuação até há pouco tempo restritas aos homens. Porém, as mulheres ainda enfrentam diversos desafios para se inserirem e ascenderem profissionalmente. Estereótipos, sexismo e marcadores de gênero ainda determinam que a Ciências ainda hoje é um lugar privilegiado dos homens. Nesse sentido, é abordado o conceito de divisão sexual do trabalho, tendo como base teórica “os princípios norteadores da divisão sexual do trabalho” proposta por Hirata e Kérgoat (2007), nos quais existem trabalhos destinados às mulheres e trabalhos destinados aos homens, e que o trabalho do homem, tem um valor social e econômico maior do que o da mulher. Diante dessa realidade discutem-se os fenômenos do labirinto de cristal, do teto de vidro e “inclusão subalterna” (LIMA, 2013), conceitos utilizados para descrever as barreiras enfrentadas pelas mulheres para inserirem-se e ascenderem em determinadas áreas segmentadas pelo sexismo e estereótipos de gênero. Estudar a inserção, a atuação e a ascensão das mulheres nas Ciências e Tecnologia implica em questionar a cultura hegemônica. Cultura essa fundada nos valores masculinos que exclui a participação das mulheres. As ciências não é neutra uma vez que é baseada no olhar do homem, onde o homem é o único parâmetro para legitimar o conhecimento.