Artigo Ciência e Arte do Encontro: o Rio de Braços Abertos

E-books

ISBN: 978-85-61702-97-7

A PARTICIPAÇÃO DAS MULHERES NO UNIVERSO PREDOMINANTEMENTE MASCULINO

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          Sendo assim, a inova&ccedil;&atilde;o e o impacto no campo dos direitos e das lutas, se d&atilde;o igualmente por meio de alian&ccedil;as e parcerias com protagonistas pol&iacute;ticos, que intencionam transformar a realidade de viola&ccedil;&atilde;o de direitos &agrave; qual a popula&ccedil;&atilde;o LGBTI+, em especial negra e ind&iacute;gena.
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                  A ARTE DO ENCONTRO COMO RESIST&Ecirc;NCIA INTELECTUAL<br />\r\n
                  Jaqueline Gomes de Jesus<br />\r\n
                  &quot;A vida &eacute; a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida&rdquo;. Samba da ben&ccedil;&atilde;o, de Vin&iacute;cius de Moraes. &ldquo;<br />\r\n
                  - Natural &eacute; as pessoas se encontrarem e se perderem. - Natural &eacute; encontrar. Natural &eacute; perder. - Linhas paralelas se encontram no infinito. - O infinito n&atilde;o acaba. O infinito &eacute; nunca. - Ou sempre&rdquo;. O dia que J&uacute;piter encontrou Saturno, de Caio Fernando Abreu.<br />\r\n
                  &ldquo;Os bons amigos sempre se encontram&rdquo;. O Beb&ecirc; de Tarlatana Rosa, de Jo&atilde;o do Rio<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  Jo&atilde;o Paulo Em&iacute;lio Crist&oacute;v&atilde;o dos Santos Coelho Barreto, cujo nome social era Jo&atilde;o do Rio, cronista da vida urbana no Rio de Janeiro do come&ccedil;o do s&eacute;culo XX, jornalista e escritor popular e reconhecido pela cr&iacute;tica, membro mais jovem a ter sido eleito para a Academia Brasileira de Letras, em 1910, aos 28 anos, um homem negro e gordo, era particularmente perseguido por uma parcela da elite intelectual de sua &eacute;poca por tamb&eacute;m ser homossexual (CASTRO, 2019). Tentou ser diplomata, por&eacute;m seu ingresso no Itamaraty foi barrado pelo Bar&atilde;o do Rio Branco, em 1902, sob o &ldquo;argumento&rdquo; de que a diplomacia brasileira&nbsp;n&atilde;o poderia ser representada por um homem &ldquo;gordo, amulatado e homossexual&rdquo; (CAIXETA, 2021).<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  Certamente surpreender&aacute; a um n&uacute;mero significativo de leitores dos nossos tempos (especialmente os acostumados a aplicarem termos como &ldquo;comunidade&rdquo; a qualquer conjunto de pessoas oriundas do mesmo grupo social historicamente discriminado, e esperarem identifica&ccedil;&atilde;o imediata entre esses indiv&iacute;duos) descobrirem que ele era atacado sistematicamente, com o uso de termos extremamente virulentos, at&eacute; mesmo por autores gordos, como Em&iacute;lio de Menezes, que ap&oacute;s a elei&ccedil;&atilde;o daquele para a Academia, espalhou pelo Rio este poema:<br />\r\n
                  Na previs&atilde;o dos pr&oacute;ximos calores A Academia, que idolatra o frio N&atilde;o podendo comprar ventiladores Abriu as portas para o Jo&atilde;o do Rio<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  E Ant&ocirc;nio Torres, para quem Jo&atilde;o do Rio tinha &ldquo;bei&ccedil;orra eti&oacute;pica&rdquo;, era &ldquo;homem-torpeza que trouxe para o mundo todas as ancestralidades f&eacute;tidas dos excrementos falsificados&rdquo;, &ldquo;invertido&rdquo; e &ldquo;pederasta passivo&rdquo;. Torres tentou espalhar pela cidade um apelido para Jo&atilde;o do Rio: &ldquo;Madame Bicicleta&rdquo;, porque &ldquo;todo mundo montava nele&rdquo;.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  Autores negros, como o pr&oacute;prio Torres, e Lima Barreto, igualmente, n&atilde;o se isentaram de atacar Jo&atilde;o do Rio, em fun&ccedil;&atilde;o do que atualmente conseguimos reconhecer como homofobia. Barreto afirmou que se &ldquo;recusava a dizer-se literato &mdash; porque Jo&atilde;o do Rio o &eacute;&rdquo; e criou o personagem Raul de Gusm&atilde;o, em Recorda&ccedil;&otilde;es do Escriv&atilde;o Isa&iacute;as Caminha, como um homossexual inspirado em Jo&atilde;o do Rio, a quem se referiu como &ldquo;misto de su&iacute;no e s&iacute;mio&rdquo;.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  D&eacute;cadas depois, uma pesquisa de amostragem nacional (Instituto Paulista de Pesquisas de Mercado, 1983), cuja coleta de dados ocorreu em 1980, envolvendo 3.054 respondentes em capitais e grandes cidades, identificou que 57,1% dos entrevistados da cidade do Rio de Janeiro rejeitavam o que ent&atilde;o se denominava de &ldquo;problema do homossexualismo&rdquo; (SIC), ao passo que apenas 8,7% consideravam normal ser homossexual. Era praticamente inexpressivo o n&uacute;mero de respondentes que expressaram o desejo de ter um relacionamento sexual com pessoas negras, e a quase totalidade criticava a troca de casais, pr&aacute;tica que, entretanto, era conhecida por 60% dos entrevistados.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  De forma alguma a vida intelectual est&aacute; dissociada da cultura que lhe possibilitou existir. Desse modo, a academia, por mais que busque observar a sociedade, tem nela ra&iacute;zes profundas, tanto naquilo que h&aacute; de mais progressivo quanto de&nbsp;retr&oacute;grado. Cabe-nos ter consci&ecirc;ncia disso para n&atilde;o reproduzirmos formas alienadas de produ&ccedil;&atilde;o das Ci&ecirc;ncias.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  As ideias n&atilde;o s&atilde;o est&aacute;ticas no tempo &ndash; como as pessoas e povos, t&ecirc;m uma hist&oacute;ria &ndash;, formam mem&oacute;rias coletivas tanto para o seu grupo de refer&ecirc;ncia quanto para a sociedade em geral, &ldquo;em uma rela&ccedil;&atilde;o de sele&ccedil;&atilde;o e reconstru&ccedil;&atilde;o cont&iacute;nua&rdquo; (JESUS, 2014, P. 6), e confluem, como uma mar&eacute;, com seus altos e baixos, at&eacute; o Brasil contempor&acirc;neo.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  Em 2021, quando a nossa gest&atilde;o foi eleita, por meio de uma assembleia geral ordin&aacute;ria virtual, devido ao isolamento f&iacute;sico decorrente da pandemia da COVID-19, decidimos que realizar o XI Congresso Internacional de Diversidade Sexual, Etnicorracial - CINABETH e de G&ecirc;nero da Associa&ccedil;&atilde;o Brasileira de Estudos da Trans-Homocultura &ndash; ABETH presencialmente seria uma resposta altiva, e uma forma de resist&ecirc;ncia necessariamente ousada (sen&atilde;o abusada mesmo), tanto ao isolamento social vivido cotidianamente por L&eacute;sbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Intersexo e outras pessoas discriminadas em fun&ccedil;&atilde;o de preconceito contra a sua orienta&ccedil;&atilde;o sexual, identidade de g&ecirc;nero, express&atilde;o de g&ecirc;nero e/ou conforma&ccedil;&atilde;o corporal (LGBTI+), quanto ao fundamentalismo pol&iacute;tico-religioso, ofensivas anti-g&ecirc;nero e anti-LGBTI+ promovidas pelo ent&atilde;o Governo Bolsonaro.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  Por &oacute;bvio, os percal&ccedil;os institucionais da ABETH come&ccedil;aram muito antes do governo federal supracitado, remontando &agrave; oposi&ccedil;&atilde;o intelectual, c&iacute;nica ou expl&iacute;cita, &agrave; agremia&ccedil;&atilde;o dos outrora apontados como pecadores, criminosos ou doentes, simplesmente por expressarem suas orienta&ccedil;&otilde;es sexuais, vivenciarem suas identidades de g&ecirc;nero e express&otilde;es de g&ecirc;nero, e/ou nascerem com uma conforma&ccedil;&atilde;o corporal tidas como n&atilde;o hegem&ocirc;nicas.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  Por&eacute;m, n&atilde;o estarei errando muito ao acrescentar que sofremos mais impasses, particularmente, desde 2017, quando a gest&atilde;o da primeira travesti, a professora Luma Nogueira de Andrade, iniciou-se no contexto do impeachment sem comprova&ccedil;&atilde;o de crimes, um golpe branco contra a presidenta Dilma Rousseff (ANDRADE, 2021), passando pela gest&atilde;o da primeira l&eacute;sbica, a professora Bruna Andrade Irineu, eleita em 2018, que teve de lidar com os momentos mais cr&iacute;ticos da pandemia de COVID-19 e do Governo Bolsonaro, obrigando que seu mandato fosse estendido, o que ocorreu tamb&eacute;m com o meu.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  Note: foram tr&ecirc;s gest&otilde;es femininas seguidas, contando com a minha, que frente a revezes pol&iacute;ticos e sanit&aacute;rios resistiram e foram bem-sucedidas em cumprir a miss&atilde;o da ABETH de formar redes e ampliar saberes. A de Luma foi pioneira ao inserir os temas da interseccionalidade e das rela&ccedil;&otilde;es &eacute;tnico-raciais, al&eacute;m de criar o pr&ecirc;mio ABETH de disserta&ccedil;&otilde;es e teses, e a REBEH, revista acad&ecirc;mica da associa&ccedil;&atilde;o, que devido ao trabalho incessante de Bruna, que expandiu vertiginosamente&nbsp;nosso impacto acad&ecirc;mico e pol&iacute;tico, e possibilitou a REBEH alcan&ccedil;ar a avalia&ccedil;&atilde;o A2 da CAPES em minha gest&atilde;o. A gest&atilde;o de Bruna encontrou nos recursos de comunica&ccedil;&atilde;o a dist&acirc;ncia uma alternativa para o isolamento, a qual possibilitou que no congresso de 2021 pud&eacute;ssemos afirmar, sem nos expormos &agrave; COVID-19 e inclusive analisando os impactos dela sobre a popula&ccedil;&atilde;o LGBTI+ (ANDRADE IRINEU &amp; GOMES DE JESUS, 2023), que temas como vida e fam&iacute;lia n&atilde;o s&atilde;o exclusivos da extrema direita, mas tamb&eacute;m pautas e objetos de estudo urgentes para n&oacute;s que questionamos a heteronormatividade e a cisnormatividade e vivenciamos dissid&ecirc;ncias sexuais e de g&ecirc;nero.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  Ainda durante a elei&ccedil;&atilde;o da minha diretoria havia d&uacute;vidas e medos, os quais eram explicitados, quanto &agrave; possibilidade de podermos nos encontrar no mundo f&iacute;sico em 2023. Compreendemos que ter&iacute;amos mais ganhos do que perdas ao reduzir o controle pan&oacute;ptico digital (HAN, 2021), mesmo que isso significasse que os congressistas n&atilde;o poderiam acompanhar as discuss&otilde;es s&oacute; virtualmente.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  &Eacute; claro que uma associa&ccedil;&atilde;o &eacute; criada com vistas &agrave; visibilidade mais ampla poss&iacute;vel, entretanto n&atilde;o nos interessa, enquanto pessoas pesquisadoras LGBTI+ e aliadas, sermos apenas vistas, mas sobretudo nos vermos. N&atilde;o nos interessa termos atribu&iacute;das a n&oacute;s identifica&ccedil;&otilde;es estereotipadas, como ocorre tradicionalmente, quando somos objetificadas, mas nos construirmos coletivamente como intelectuais, dentro e fora da academia, inclusive nas ruas. N&atilde;o h&aacute; unidirecionalidade nesse fluxo, mas dial&eacute;tica: a sociedade civil mobiliza os estudos cient&iacute;ficos, os quais &ndash; nem sempre em sintonia &ndash; impactam o movimento social (COLLING, 2018), e disso irrompem outras teorias e pr&aacute;ticas.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  A escolha do tema &ldquo;Ci&ecirc;ncia e Arte do Encontro: o Rio de Bra&ccedil;os Abertos&rdquo; foi uma consequ&ecirc;ncia &ldquo;natural&rdquo; da concep&ccedil;&atilde;o presencial do Congresso, aliada &agrave; sua realiza&ccedil;&atilde;o na cidade do Rio de Janeiro. O encontro precisava ser cara a cara, com a possibilidade de vermos e/ou tocarmos nossos corpos inteiros, n&atilde;o apenas do tronco para cima e dentro do ret&acirc;ngulo de uma tela. Aproveitar a refer&ecirc;ncia ao Cristo Redentor, um s&iacute;mbolo nacional, foi ao mesmo tempo um reconhecimento de nossa brasilidade quanto uma forma de apontar para nossos detratores que se os bra&ccedil;os est&atilde;o abertos para todos, n&atilde;o cabe sermos apartados deles. Nossa &acirc;ncora estava, portanto, lan&ccedil;ada na Ba&iacute;a de Guanabara.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  N&atilde;o foi f&aacute;cil a navega&ccedil;&atilde;o. As quest&otilde;es conjunturais e organizacionais trouxeram enormes dificuldades para o nosso mandato, por&eacute;m vencemos os&nbsp;desafios, entre eles o de finalmente transicionar a pr&oacute;pria associa&ccedil;&atilde;o, ap&oacute;s 22 anos de sua funda&ccedil;&atilde;o, enfrentando muita burocracia, custos financeiros, f&iacute;sicos e psicol&oacute;gicos, formando grupos de trabalho, construindo coletivamente e votando em assembleias extraordin&aacute;rias, sob a presid&ecirc;ncia de uma mulher trans/travesti (esta que&nbsp;vos escreve), primeira pessoa negra a ocupar tal cargo na maior associa&ccedil;&atilde;o acad&ecirc;mica do tipo em toda a Am&eacute;rica Latina, que abrange quase todas as &aacute;reas do conhecimento cient&iacute;fico e art&iacute;stico.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  Este livro &eacute; uma culmin&acirc;ncia de toda essa trajet&oacute;ria de desencontros e encontros, de opress&atilde;o e resist&ecirc;ncia, e do esfor&ccedil;o monumental em organizar um evento internacional envolvendo milhares de pessoas, com pouqu&iacute;ssimos recursos, a partir de uma generosa emenda do saudoso deputado David Miranda (homenageado in memoriam na Cerim&ocirc;nia de Abertura, com a apresenta&ccedil;&atilde;o do solo &ldquo;O homem no Congresso Nacional&rdquo;, trecho da pe&ccedil;a de teatro &ldquo;3 Maneiras de Tocar no Assunto&rdquo;, escrita e protagonizada pelo ator Leonardo Netto, e a honrosa presen&ccedil;a do vi&uacute;vo Glenn Greenwald e seus filhos), gerida inicialmente pelo Minist&eacute;rio da Mulher, da Fam&iacute;lia e dos Direitos Humanos do Governo Bolsonaro, e sendo recepcionada pelo Minist&eacute;rio dos Direitos Humanos e da Cidadania do Governo Lula, cujo apoio agradecemos. Com esse recurso, aprovado na forma do Termo de Fomento 936776/2022, pudemos realizar, na forma de uma pol&iacute;tica afirmativa, a forma&ccedil;&atilde;o presencial dos monitores em organiza&ccedil;&atilde;o e monitoria de eventos, certificada pelo Instituto Federal do Rio de Janeiro &ndash; IFRJ Campus Belford Roxo, e com aux&iacute;lio financeiro e isen&ccedil;&atilde;o de taxa desstes no CINABETH.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  As centenas de resumos e textos completos de alto n&iacute;vel aqui publicados, entre produ&ccedil;&otilde;es te&oacute;ricas, pesquisas emp&iacute;ricas, relatos de experi&ecirc;ncia e pr&aacute;ticas profissionais, decorrem de 28 Simp&oacute;sios Tem&aacute;ticos, n&uacute;mero recorde de todas as edi&ccedil;&otilde;es do congresso, a saber:<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  &bull; ST 01 - A RESPONSABILIDADE SOCIAL COM AS DIVERSIDADES NO DESENVOLVIMENTO SUSTENT&Aacute;VEL;<br />\r\n
                  &bull; ST 02 - DI&Aacute;LOGOS E DISPUTAS LGBTI+ NA POL&Iacute;TICA INSTITUCIONAL;<br />\r\n
                  &bull; ST 03 - DISSID&Ecirc;NCIAS DAS SEXUALIDADES E DE G&Ecirc;NERO E INIQUIDADES EM SA&Uacute;DE: VIOL&Ecirc;NCIAS E SA&Uacute;DE MENTAL DE LGBTQIAPN+;<br />\r\n
                  &bull; ST 04 - DIVERSIDADE SEXUAL, &Eacute;TNICORRACIAL E DE G&Ecirc;NERO EM ESPA&Ccedil;OS DE PRODU&Ccedil;&Atilde;O DE CONHECIMENTO: UM DEBATE SOBRE EPISTEMIC&Iacute;DIO ACAD&Ecirc;MICO;<br />\r\n
                  &bull; ST 05 - EDUCA&Ccedil;&Atilde;O SEXUAL E PARA RELA&Ccedil;&Otilde;ES DE G&Ecirc;NERO, IDENTIDADE DE G&Ecirc;NERO E SEXUALIDADES NAS ESCOLAS: PAUTANDO INF&Acirc;NCIAS, ADOLESC&Ecirc;NCIAS E JUVENTUDES DE IDENTIDADES DISCIDENTES NO ENFOQUE DA EDUCA&Ccedil;&Atilde;O EM DIREITOS;<br />\r\n
                  &bull; ST 06 - EMPREGABILIDADE LGBTQIA+: O DIREITO HUMANO AO TRABALHO E A RENDA;<br />\r\n
                  &bull;&nbsp;ST 07 - ENCRUZAS NEGRAS, IND&Iacute;GENAS, AFROIND&Iacute;GENAS E AFROAMAZ&Ocirc;NIDAS: RA&Ccedil;A, G&Ecirc;NERO E SEXUALIDADE EM AM&Eacute;FRICA LADINA/ABY AYALA/PINDORAMA;<br />\r\n
                  &bull; ST 08 - EPISTEMOLOGIAS DECOLONIAIS, INTERSECCIONALIDADE E TRANSFEMINISMOS: RA&Ccedil;A, G&Ecirc;NERO, CLASSE, TERRIT&Oacute;RIO E MARCADORES SOCIAIS DA DIFEREN&Ccedil;A;<br />\r\n
                  &bull; ST 09 - ESTRANHAS/ES/OS NO NINHO;<br />\r\n
                  &bull; ST 10 - INFORMA&Ccedil;&Atilde;O, TECNOLOGIA E G&Ecirc;NEROS EM CONTEXTO LGBTQIA+;<br />\r\n
                  &bull; ST 11 - FABULA&Ccedil;&Otilde;ES CURRICULARES DE G&Ecirc;NEROS, SEXUALIDADES E RA&Ccedil;A;<br />\r\n
                  &bull; ST 12 - FAZENDO (O) DIREITO: A SUBVERS&Atilde;O E RESSIGNIFICA&Ccedil;&Atilde;O DAS NORMAS JUR&Iacute;DICO-POSITIVAS E DO DIREITO EM PROL DE UMA CIDADANIA IGUALIT&Aacute;RIA;<br />\r\n
                  &bull; ST 13 - G&Ecirc;NERO E DIVERSIDADE SEXUAL NA EDUCA&Ccedil;&Atilde;O: INSURG&Ecirc;NCIAS EM TEMPOS DE (RE)ESPERAN&Ccedil;AR;<br />\r\n
                  &bull; ST 14 - G&Ecirc;NERO, SEXO E RA&Ccedil;A: ENTRE A DISCURSIVIDADE E A MATERIALIDADE;<br />\r\n
                  &bull; ST 15 - GERA&Ccedil;&Atilde;O: INF&Acirc;NCIAS, JUVENTUDES E VELHICES LGBTQIAPN+;<br />\r\n
                  &bull; ST 16 - HOMOSSEXUALIDADE E IGREJA;<br />\r\n
                  &bull; ST 17 - INTERSECCIONALIDADES EM BRASIL(IS) E &Aacute;FRICA(S) NA DECOLONIALIDADE DOS CORPOS, ESPORTES E EDUCA&Ccedil;&Atilde;O F&Iacute;SICA: G&Ecirc;NERO, RA&Ccedil;A/ETNIA, SEXUALIDADES E +;<br />\r\n
                  &bull; ST 18 - LESBIANIDADES E RESIST&Ecirc;NCIAS SAPAT&Ocirc;NICAS;<br />\r\n
                  &bull; ST 19 - LINGUAGEM N&Atilde;O-BIN&Aacute;RIA EM DEBATE;<br />\r\n
                  &bull; ST 20 - LITERATURA TRANSMASCULINA BRASILEIRA E OS ESTUDOS TRANS;<br />\r\n
                  &bull; ST 21 - O PACTO NARC&Iacute;SICO DA CISGENERIDADE: REFLEX&Otilde;ES SOBRE A OUTRIDADE E A OFENSA DA NOMEA&Ccedil;&Atilde;O;<br />\r\n
                  &bull; ST 22 - PLURALIDADES TRAVESTIS E TRANSEXUAIS: CORPORALIDADES VIBR&Aacute;TEIS;<br />\r\n
                  &bull; ST 23 - QUE CORPOS PODEM OCUPAR AS CI&Ecirc;NCIAS DITAS EXATAS?;<br />\r\n
                  &bull; ST 24 - RELA&Ccedil;&Otilde;ES DE G&Ecirc;NERO E DIVIS&Atilde;O SEXUAL DO TRABALHO: QUEST&Otilde;ES CONTEMPOR&Acirc;NEAS;<br />\r\n
                  &bull; ST 25 - RESIST&Ecirc;NCIAS LGBTQIAPN+, INTERSECCIONALIDADE, DIREITOS HUMANOS E POL&Iacute;TICAS P&Uacute;BLICAS;<br />\r\n
                  &bull; ST 26 - SENTIDOS DO TRABALHO E POL&Iacute;TICAS DE EMPREGABILIDADE PARA PESSOAS LGBTQIAPN+;<br />\r\n
                  &bull; ST 27 - TEORIAS, TEOLOGIAS E PR&Aacute;TICAS INCLUSIVAS; e&nbsp;<br />\r\n
                  &bull; ST 28 - TRANSFEMINISMOS: TEORIAS E PR&Aacute;TICAS PARA AL&Eacute;M DAS FEMINILIDADES<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  Em nome de toda a Comiss&atilde;o Organizadora e da Comiss&atilde;o Cient&iacute;fica afirmo-lhe que esta ser&aacute; uma leitura apraz&iacute;vel e proveitosa, por meio da qual voc&ecirc;, mesmo n&atilde;o tendo podido estar conosco no Rio de Janeiro em 21 de novembro de 2023, na atividade pr&eacute;-congresso, o Esquenta CINABETH, e nem de 22 a 25 de novembro de 2023, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro &ndash; UERJ (a cujos gestores, trabalhadores e parceiros agradecemos a acolhida, mesmo que com percal&ccedil;os), poder&aacute; se encontrar conosco, com nossas ideias, afetos, conhecimentos e experi&ecirc;ncias no campo acad&ecirc;mico, art&iacute;stico e pol&iacute;tico. Tor&ccedil;o para que voc&ecirc; n&atilde;o apenas guarde nossas ideias contigo, mas que as multiplique, espalhe, para que a nossa coletividade seja, sobretudo, uma comunidade de destino, que abra&ccedil;a. Qui&ccedil;&aacute; alcan&ccedil;aremos novos mares, navegando pelas antigas mar&eacute;s.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  Muito obrigada. Ax&eacute; e At&eacute;.
                  """
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                  Jaqueline Gomes de Jesus<br />\r\n
                  Alexandre Silva Bortolini de Castro<br />\r\n
                  Bruna Andrade Irineu<br />\r\n
                  C&eacute;u Silva Cavalcanti<br />\r\n
                  Dodi Tavares Borges Leal<br />\r\n
                  F&aacute;tima Lima<br />\r\n
                  Ivanildo Amaro de Araujo<br />\r\n
                  Joyce Alves da Silva<br />\r\n
                  Leonardo Morjan Britto Pe&ccedil;anha<br />\r\n
                  Marco Jos&eacute; de Oliveira Duarte<br />\r\n
                  Mariah Rafaela Cordeiro Gonzaga da Silva<br />\r\n
                  Rodrigo Borba<br />\r\n
                  Sara Wagner York/Sara Wagner Pimenta Gon&ccedil;alves J&uacute;nior<br />\r\n
                  Thiago Ranniery<br />\r\n
                  Thiago Barcelos Soliva
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                  Jaqueline Gomes de Jesus&nbsp; (IFRJ)<br />\r\n
                  Rodrigo Borba(UFRJ)<br />\r\n
                  Leonardo Morjan Britto Pe&ccedil;anha (Fiocruz)<br />\r\n
                  Thiago Ranniery&nbsp;(UFRJ)<br />\r\n
                  Sara Wagner York / Sara Wagner Pimenta Gon&ccedil;alves Junior (UERJ)<br />\r\n
                  Bruna Andrade Irineu (UFMT)<br />\r\n
                  Marco Jos&eacute; Duarte (UFJF)<br />\r\n
                  F&aacute;tima Lima&nbsp; (UFRJ)<br />\r\n
                  Alexandre Bortolini (UFRJ)<br />\r\n
                  Mariah Rafaela Silva (UFRJ)<br />\r\n
                  Dodi Tavares Borges Leal (UFSB)<br />\r\n
                  Joyce Alves da Silva (UFRRJ)<br />\r\n
                  Thiago Soliva (UFSB)<br />\r\n
                  Ivan Amaro (FEBEF)/ (UERJ)<br />\r\n
                  C&eacute;u Silva Cavalcanti (UFRJ)<br />\r\n
                  Berenice Bento Universidade de Bras&iacute;lia (UnB)<br />\r\n
                  Luma Nogueira Andrade (UNILAB)<br />\r\n
                  Guilherme Almeida (UFRJ)<br />\r\n
                  Mois&eacute;s Lopes&nbsp; (UFMT)<br />\r\n
                  Larissa Pel&uacute;cio (UNESP)<br />\r\n
                  Suely Messeder (UNEB)<br />\r\n
                  Benjamim Braga (UFMT)<br />\r\n
                  Monica Malta (USP)<br />\r\n
                  Megg Rayara Oliveira (UFPR)<br />\r\n
                  Silvia Agui&atilde;o (CEBRAP)<br />\r\n
                  Jos&eacute; Dami&atilde;o Rocha (UFT)<br />\r\n
                  Ang&eacute;lica Baptista Silva (Fiocruz)<br />\r\n
                  Pablo Cardozo Rocon (UFMT)<br />\r\n
                  Marcos Aur&eacute;lio Silva (UFMT)<br />\r\n
                  Leandro Colling&nbsp; (UFBA)<br />\r\n
                  Guilherme Passamani&nbsp; (UFMS)<br />\r\n
                  Anderson Ferrari&nbsp; (UFJF)<br />\r\n
                  Renan Quinalha (UNIFESP)<br />\r\n
                  Anah&iacute; Guedes (UFSC)<br />\r\n
                  M&aacute;rcio Caetano&nbsp; (FURG)<br />\r\n
                  Simone Brand&atilde;o Souza (UFRB)<br />\r\n
                  Luan Cassal (The University of Manchester)<br />\r\n
                  Jos&eacute; Baptista de Mello Neto (UFPB)<br />\r\n
                  Roberta Cassiano (IFRJ)<br />\r\n
                  Jorge Ca&ecirc; Rodrigues (IFRJ)<br />\r\n
                  Renan Quinalha (UNESP)<br />\r\n
                  Alexsandro Rodrigues (UFES)<br />\r\n
                  V&eacute;rcio Gon&ccedil;alves Concei&ccedil;&atilde;o (UFOP)<br />\r\n
                  Valden&iacute;zia Peixoto (UnB)<br />\r\n
                  Am&eacute;lia Maraux (UNEB)<br />\r\n
                  Cl&aacute;udia Pons Cardoso (UNEB)<br />\r\n
                  Janja Ara&uacute;jo (UFBA)<br />\r\n
                  Eleta de Carvalho Freire (UFPE)<br />\r\n
                  Geny Ferreira Guimar&atilde;es (UFRRJ)<br />\r\n
                  Denilson Lopes&nbsp; (UFRJ)
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                  A ARTE DO ENCONTRO COMO RESIST&Ecirc;NCIA INTELECTUAL<br />\r\n
                  Jaqueline Gomes de Jesus<br />\r\n
                  &quot;A vida &eacute; a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida&rdquo;. Samba da ben&ccedil;&atilde;o, de Vin&iacute;cius de Moraes. &ldquo;<br />\r\n
                  - Natural &eacute; as pessoas se encontrarem e se perderem. - Natural &eacute; encontrar. Natural &eacute; perder. - Linhas paralelas se encontram no infinito. - O infinito n&atilde;o acaba. O infinito &eacute; nunca. - Ou sempre&rdquo;. O dia que J&uacute;piter encontrou Saturno, de Caio Fernando Abreu.<br />\r\n
                  &ldquo;Os bons amigos sempre se encontram&rdquo;. O Beb&ecirc; de Tarlatana Rosa, de Jo&atilde;o do Rio<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  Jo&atilde;o Paulo Em&iacute;lio Crist&oacute;v&atilde;o dos Santos Coelho Barreto, cujo nome social era Jo&atilde;o do Rio, cronista da vida urbana no Rio de Janeiro do come&ccedil;o do s&eacute;culo XX, jornalista e escritor popular e reconhecido pela cr&iacute;tica, membro mais jovem a ter sido eleito para a Academia Brasileira de Letras, em 1910, aos 28 anos, um homem negro e gordo, era particularmente perseguido por uma parcela da elite intelectual de sua &eacute;poca por tamb&eacute;m ser homossexual (CASTRO, 2019). Tentou ser diplomata, por&eacute;m seu ingresso no Itamaraty foi barrado pelo Bar&atilde;o do Rio Branco, em 1902, sob o &ldquo;argumento&rdquo; de que a diplomacia brasileira&nbsp;n&atilde;o poderia ser representada por um homem &ldquo;gordo, amulatado e homossexual&rdquo; (CAIXETA, 2021).<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  Certamente surpreender&aacute; a um n&uacute;mero significativo de leitores dos nossos tempos (especialmente os acostumados a aplicarem termos como &ldquo;comunidade&rdquo; a qualquer conjunto de pessoas oriundas do mesmo grupo social historicamente discriminado, e esperarem identifica&ccedil;&atilde;o imediata entre esses indiv&iacute;duos) descobrirem que ele era atacado sistematicamente, com o uso de termos extremamente virulentos, at&eacute; mesmo por autores gordos, como Em&iacute;lio de Menezes, que ap&oacute;s a elei&ccedil;&atilde;o daquele para a Academia, espalhou pelo Rio este poema:<br />\r\n
                  Na previs&atilde;o dos pr&oacute;ximos calores A Academia, que idolatra o frio N&atilde;o podendo comprar ventiladores Abriu as portas para o Jo&atilde;o do Rio<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  E Ant&ocirc;nio Torres, para quem Jo&atilde;o do Rio tinha &ldquo;bei&ccedil;orra eti&oacute;pica&rdquo;, era &ldquo;homem-torpeza que trouxe para o mundo todas as ancestralidades f&eacute;tidas dos excrementos falsificados&rdquo;, &ldquo;invertido&rdquo; e &ldquo;pederasta passivo&rdquo;. Torres tentou espalhar pela cidade um apelido para Jo&atilde;o do Rio: &ldquo;Madame Bicicleta&rdquo;, porque &ldquo;todo mundo montava nele&rdquo;.<br />\r\n
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                  Autores negros, como o pr&oacute;prio Torres, e Lima Barreto, igualmente, n&atilde;o se isentaram de atacar Jo&atilde;o do Rio, em fun&ccedil;&atilde;o do que atualmente conseguimos reconhecer como homofobia. Barreto afirmou que se &ldquo;recusava a dizer-se literato &mdash; porque Jo&atilde;o do Rio o &eacute;&rdquo; e criou o personagem Raul de Gusm&atilde;o, em Recorda&ccedil;&otilde;es do Escriv&atilde;o Isa&iacute;as Caminha, como um homossexual inspirado em Jo&atilde;o do Rio, a quem se referiu como &ldquo;misto de su&iacute;no e s&iacute;mio&rdquo;.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  D&eacute;cadas depois, uma pesquisa de amostragem nacional (Instituto Paulista de Pesquisas de Mercado, 1983), cuja coleta de dados ocorreu em 1980, envolvendo 3.054 respondentes em capitais e grandes cidades, identificou que 57,1% dos entrevistados da cidade do Rio de Janeiro rejeitavam o que ent&atilde;o se denominava de &ldquo;problema do homossexualismo&rdquo; (SIC), ao passo que apenas 8,7% consideravam normal ser homossexual. Era praticamente inexpressivo o n&uacute;mero de respondentes que expressaram o desejo de ter um relacionamento sexual com pessoas negras, e a quase totalidade criticava a troca de casais, pr&aacute;tica que, entretanto, era conhecida por 60% dos entrevistados.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  De forma alguma a vida intelectual est&aacute; dissociada da cultura que lhe possibilitou existir. Desse modo, a academia, por mais que busque observar a sociedade, tem nela ra&iacute;zes profundas, tanto naquilo que h&aacute; de mais progressivo quanto de&nbsp;retr&oacute;grado. Cabe-nos ter consci&ecirc;ncia disso para n&atilde;o reproduzirmos formas alienadas de produ&ccedil;&atilde;o das Ci&ecirc;ncias.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  As ideias n&atilde;o s&atilde;o est&aacute;ticas no tempo &ndash; como as pessoas e povos, t&ecirc;m uma hist&oacute;ria &ndash;, formam mem&oacute;rias coletivas tanto para o seu grupo de refer&ecirc;ncia quanto para a sociedade em geral, &ldquo;em uma rela&ccedil;&atilde;o de sele&ccedil;&atilde;o e reconstru&ccedil;&atilde;o cont&iacute;nua&rdquo; (JESUS, 2014, P. 6), e confluem, como uma mar&eacute;, com seus altos e baixos, at&eacute; o Brasil contempor&acirc;neo.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  Em 2021, quando a nossa gest&atilde;o foi eleita, por meio de uma assembleia geral ordin&aacute;ria virtual, devido ao isolamento f&iacute;sico decorrente da pandemia da COVID-19, decidimos que realizar o XI Congresso Internacional de Diversidade Sexual, Etnicorracial - CINABETH e de G&ecirc;nero da Associa&ccedil;&atilde;o Brasileira de Estudos da Trans-Homocultura &ndash; ABETH presencialmente seria uma resposta altiva, e uma forma de resist&ecirc;ncia necessariamente ousada (sen&atilde;o abusada mesmo), tanto ao isolamento social vivido cotidianamente por L&eacute;sbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Intersexo e outras pessoas discriminadas em fun&ccedil;&atilde;o de preconceito contra a sua orienta&ccedil;&atilde;o sexual, identidade de g&ecirc;nero, express&atilde;o de g&ecirc;nero e/ou conforma&ccedil;&atilde;o corporal (LGBTI+), quanto ao fundamentalismo pol&iacute;tico-religioso, ofensivas anti-g&ecirc;nero e anti-LGBTI+ promovidas pelo ent&atilde;o Governo Bolsonaro.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  Por &oacute;bvio, os percal&ccedil;os institucionais da ABETH come&ccedil;aram muito antes do governo federal supracitado, remontando &agrave; oposi&ccedil;&atilde;o intelectual, c&iacute;nica ou expl&iacute;cita, &agrave; agremia&ccedil;&atilde;o dos outrora apontados como pecadores, criminosos ou doentes, simplesmente por expressarem suas orienta&ccedil;&otilde;es sexuais, vivenciarem suas identidades de g&ecirc;nero e express&otilde;es de g&ecirc;nero, e/ou nascerem com uma conforma&ccedil;&atilde;o corporal tidas como n&atilde;o hegem&ocirc;nicas.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  Por&eacute;m, n&atilde;o estarei errando muito ao acrescentar que sofremos mais impasses, particularmente, desde 2017, quando a gest&atilde;o da primeira travesti, a professora Luma Nogueira de Andrade, iniciou-se no contexto do impeachment sem comprova&ccedil;&atilde;o de crimes, um golpe branco contra a presidenta Dilma Rousseff (ANDRADE, 2021), passando pela gest&atilde;o da primeira l&eacute;sbica, a professora Bruna Andrade Irineu, eleita em 2018, que teve de lidar com os momentos mais cr&iacute;ticos da pandemia de COVID-19 e do Governo Bolsonaro, obrigando que seu mandato fosse estendido, o que ocorreu tamb&eacute;m com o meu.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  Note: foram tr&ecirc;s gest&otilde;es femininas seguidas, contando com a minha, que frente a revezes pol&iacute;ticos e sanit&aacute;rios resistiram e foram bem-sucedidas em cumprir a miss&atilde;o da ABETH de formar redes e ampliar saberes. A de Luma foi pioneira ao inserir os temas da interseccionalidade e das rela&ccedil;&otilde;es &eacute;tnico-raciais, al&eacute;m de criar o pr&ecirc;mio ABETH de disserta&ccedil;&otilde;es e teses, e a REBEH, revista acad&ecirc;mica da associa&ccedil;&atilde;o, que devido ao trabalho incessante de Bruna, que expandiu vertiginosamente&nbsp;nosso impacto acad&ecirc;mico e pol&iacute;tico, e possibilitou a REBEH alcan&ccedil;ar a avalia&ccedil;&atilde;o A2 da CAPES em minha gest&atilde;o. A gest&atilde;o de Bruna encontrou nos recursos de comunica&ccedil;&atilde;o a dist&acirc;ncia uma alternativa para o isolamento, a qual possibilitou que no congresso de 2021 pud&eacute;ssemos afirmar, sem nos expormos &agrave; COVID-19 e inclusive analisando os impactos dela sobre a popula&ccedil;&atilde;o LGBTI+ (ANDRADE IRINEU &amp; GOMES DE JESUS, 2023), que temas como vida e fam&iacute;lia n&atilde;o s&atilde;o exclusivos da extrema direita, mas tamb&eacute;m pautas e objetos de estudo urgentes para n&oacute;s que questionamos a heteronormatividade e a cisnormatividade e vivenciamos dissid&ecirc;ncias sexuais e de g&ecirc;nero.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  Ainda durante a elei&ccedil;&atilde;o da minha diretoria havia d&uacute;vidas e medos, os quais eram explicitados, quanto &agrave; possibilidade de podermos nos encontrar no mundo f&iacute;sico em 2023. Compreendemos que ter&iacute;amos mais ganhos do que perdas ao reduzir o controle pan&oacute;ptico digital (HAN, 2021), mesmo que isso significasse que os congressistas n&atilde;o poderiam acompanhar as discuss&otilde;es s&oacute; virtualmente.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  &Eacute; claro que uma associa&ccedil;&atilde;o &eacute; criada com vistas &agrave; visibilidade mais ampla poss&iacute;vel, entretanto n&atilde;o nos interessa, enquanto pessoas pesquisadoras LGBTI+ e aliadas, sermos apenas vistas, mas sobretudo nos vermos. N&atilde;o nos interessa termos atribu&iacute;das a n&oacute;s identifica&ccedil;&otilde;es estereotipadas, como ocorre tradicionalmente, quando somos objetificadas, mas nos construirmos coletivamente como intelectuais, dentro e fora da academia, inclusive nas ruas. N&atilde;o h&aacute; unidirecionalidade nesse fluxo, mas dial&eacute;tica: a sociedade civil mobiliza os estudos cient&iacute;ficos, os quais &ndash; nem sempre em sintonia &ndash; impactam o movimento social (COLLING, 2018), e disso irrompem outras teorias e pr&aacute;ticas.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  A escolha do tema &ldquo;Ci&ecirc;ncia e Arte do Encontro: o Rio de Bra&ccedil;os Abertos&rdquo; foi uma consequ&ecirc;ncia &ldquo;natural&rdquo; da concep&ccedil;&atilde;o presencial do Congresso, aliada &agrave; sua realiza&ccedil;&atilde;o na cidade do Rio de Janeiro. O encontro precisava ser cara a cara, com a possibilidade de vermos e/ou tocarmos nossos corpos inteiros, n&atilde;o apenas do tronco para cima e dentro do ret&acirc;ngulo de uma tela. Aproveitar a refer&ecirc;ncia ao Cristo Redentor, um s&iacute;mbolo nacional, foi ao mesmo tempo um reconhecimento de nossa brasilidade quanto uma forma de apontar para nossos detratores que se os bra&ccedil;os est&atilde;o abertos para todos, n&atilde;o cabe sermos apartados deles. Nossa &acirc;ncora estava, portanto, lan&ccedil;ada na Ba&iacute;a de Guanabara.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  N&atilde;o foi f&aacute;cil a navega&ccedil;&atilde;o. As quest&otilde;es conjunturais e organizacionais trouxeram enormes dificuldades para o nosso mandato, por&eacute;m vencemos os&nbsp;desafios, entre eles o de finalmente transicionar a pr&oacute;pria associa&ccedil;&atilde;o, ap&oacute;s 22 anos de sua funda&ccedil;&atilde;o, enfrentando muita burocracia, custos financeiros, f&iacute;sicos e psicol&oacute;gicos, formando grupos de trabalho, construindo coletivamente e votando em assembleias extraordin&aacute;rias, sob a presid&ecirc;ncia de uma mulher trans/travesti (esta que&nbsp;vos escreve), primeira pessoa negra a ocupar tal cargo na maior associa&ccedil;&atilde;o acad&ecirc;mica do tipo em toda a Am&eacute;rica Latina, que abrange quase todas as &aacute;reas do conhecimento cient&iacute;fico e art&iacute;stico.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  Este livro &eacute; uma culmin&acirc;ncia de toda essa trajet&oacute;ria de desencontros e encontros, de opress&atilde;o e resist&ecirc;ncia, e do esfor&ccedil;o monumental em organizar um evento internacional envolvendo milhares de pessoas, com pouqu&iacute;ssimos recursos, a partir de uma generosa emenda do saudoso deputado David Miranda (homenageado in memoriam na Cerim&ocirc;nia de Abertura, com a apresenta&ccedil;&atilde;o do solo &ldquo;O homem no Congresso Nacional&rdquo;, trecho da pe&ccedil;a de teatro &ldquo;3 Maneiras de Tocar no Assunto&rdquo;, escrita e protagonizada pelo ator Leonardo Netto, e a honrosa presen&ccedil;a do vi&uacute;vo Glenn Greenwald e seus filhos), gerida inicialmente pelo Minist&eacute;rio da Mulher, da Fam&iacute;lia e dos Direitos Humanos do Governo Bolsonaro, e sendo recepcionada pelo Minist&eacute;rio dos Direitos Humanos e da Cidadania do Governo Lula, cujo apoio agradecemos. Com esse recurso, aprovado na forma do Termo de Fomento 936776/2022, pudemos realizar, na forma de uma pol&iacute;tica afirmativa, a forma&ccedil;&atilde;o presencial dos monitores em organiza&ccedil;&atilde;o e monitoria de eventos, certificada pelo Instituto Federal do Rio de Janeiro &ndash; IFRJ Campus Belford Roxo, e com aux&iacute;lio financeiro e isen&ccedil;&atilde;o de taxa desstes no CINABETH.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  As centenas de resumos e textos completos de alto n&iacute;vel aqui publicados, entre produ&ccedil;&otilde;es te&oacute;ricas, pesquisas emp&iacute;ricas, relatos de experi&ecirc;ncia e pr&aacute;ticas profissionais, decorrem de 28 Simp&oacute;sios Tem&aacute;ticos, n&uacute;mero recorde de todas as edi&ccedil;&otilde;es do congresso, a saber:<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  &bull; ST 01 - A RESPONSABILIDADE SOCIAL COM AS DIVERSIDADES NO DESENVOLVIMENTO SUSTENT&Aacute;VEL;<br />\r\n
                  &bull; ST 02 - DI&Aacute;LOGOS E DISPUTAS LGBTI+ NA POL&Iacute;TICA INSTITUCIONAL;<br />\r\n
                  &bull; ST 03 - DISSID&Ecirc;NCIAS DAS SEXUALIDADES E DE G&Ecirc;NERO E INIQUIDADES EM SA&Uacute;DE: VIOL&Ecirc;NCIAS E SA&Uacute;DE MENTAL DE LGBTQIAPN+;<br />\r\n
                  &bull; ST 04 - DIVERSIDADE SEXUAL, &Eacute;TNICORRACIAL E DE G&Ecirc;NERO EM ESPA&Ccedil;OS DE PRODU&Ccedil;&Atilde;O DE CONHECIMENTO: UM DEBATE SOBRE EPISTEMIC&Iacute;DIO ACAD&Ecirc;MICO;<br />\r\n
                  &bull; ST 05 - EDUCA&Ccedil;&Atilde;O SEXUAL E PARA RELA&Ccedil;&Otilde;ES DE G&Ecirc;NERO, IDENTIDADE DE G&Ecirc;NERO E SEXUALIDADES NAS ESCOLAS: PAUTANDO INF&Acirc;NCIAS, ADOLESC&Ecirc;NCIAS E JUVENTUDES DE IDENTIDADES DISCIDENTES NO ENFOQUE DA EDUCA&Ccedil;&Atilde;O EM DIREITOS;<br />\r\n
                  &bull; ST 06 - EMPREGABILIDADE LGBTQIA+: O DIREITO HUMANO AO TRABALHO E A RENDA;<br />\r\n
                  &bull;&nbsp;ST 07 - ENCRUZAS NEGRAS, IND&Iacute;GENAS, AFROIND&Iacute;GENAS E AFROAMAZ&Ocirc;NIDAS: RA&Ccedil;A, G&Ecirc;NERO E SEXUALIDADE EM AM&Eacute;FRICA LADINA/ABY AYALA/PINDORAMA;<br />\r\n
                  &bull; ST 08 - EPISTEMOLOGIAS DECOLONIAIS, INTERSECCIONALIDADE E TRANSFEMINISMOS: RA&Ccedil;A, G&Ecirc;NERO, CLASSE, TERRIT&Oacute;RIO E MARCADORES SOCIAIS DA DIFEREN&Ccedil;A;<br />\r\n
                  &bull; ST 09 - ESTRANHAS/ES/OS NO NINHO;<br />\r\n
                  &bull; ST 10 - INFORMA&Ccedil;&Atilde;O, TECNOLOGIA E G&Ecirc;NEROS EM CONTEXTO LGBTQIA+;<br />\r\n
                  &bull; ST 11 - FABULA&Ccedil;&Otilde;ES CURRICULARES DE G&Ecirc;NEROS, SEXUALIDADES E RA&Ccedil;A;<br />\r\n
                  &bull; ST 12 - FAZENDO (O) DIREITO: A SUBVERS&Atilde;O E RESSIGNIFICA&Ccedil;&Atilde;O DAS NORMAS JUR&Iacute;DICO-POSITIVAS E DO DIREITO EM PROL DE UMA CIDADANIA IGUALIT&Aacute;RIA;<br />\r\n
                  &bull; ST 13 - G&Ecirc;NERO E DIVERSIDADE SEXUAL NA EDUCA&Ccedil;&Atilde;O: INSURG&Ecirc;NCIAS EM TEMPOS DE (RE)ESPERAN&Ccedil;AR;<br />\r\n
                  &bull; ST 14 - G&Ecirc;NERO, SEXO E RA&Ccedil;A: ENTRE A DISCURSIVIDADE E A MATERIALIDADE;<br />\r\n
                  &bull; ST 15 - GERA&Ccedil;&Atilde;O: INF&Acirc;NCIAS, JUVENTUDES E VELHICES LGBTQIAPN+;<br />\r\n
                  &bull; ST 16 - HOMOSSEXUALIDADE E IGREJA;<br />\r\n
                  &bull; ST 17 - INTERSECCIONALIDADES EM BRASIL(IS) E &Aacute;FRICA(S) NA DECOLONIALIDADE DOS CORPOS, ESPORTES E EDUCA&Ccedil;&Atilde;O F&Iacute;SICA: G&Ecirc;NERO, RA&Ccedil;A/ETNIA, SEXUALIDADES E +;<br />\r\n
                  &bull; ST 18 - LESBIANIDADES E RESIST&Ecirc;NCIAS SAPAT&Ocirc;NICAS;<br />\r\n
                  &bull; ST 19 - LINGUAGEM N&Atilde;O-BIN&Aacute;RIA EM DEBATE;<br />\r\n
                  &bull; ST 20 - LITERATURA TRANSMASCULINA BRASILEIRA E OS ESTUDOS TRANS;<br />\r\n
                  &bull; ST 21 - O PACTO NARC&Iacute;SICO DA CISGENERIDADE: REFLEX&Otilde;ES SOBRE A OUTRIDADE E A OFENSA DA NOMEA&Ccedil;&Atilde;O;<br />\r\n
                  &bull; ST 22 - PLURALIDADES TRAVESTIS E TRANSEXUAIS: CORPORALIDADES VIBR&Aacute;TEIS;<br />\r\n
                  &bull; ST 23 - QUE CORPOS PODEM OCUPAR AS CI&Ecirc;NCIAS DITAS EXATAS?;<br />\r\n
                  &bull; ST 24 - RELA&Ccedil;&Otilde;ES DE G&Ecirc;NERO E DIVIS&Atilde;O SEXUAL DO TRABALHO: QUEST&Otilde;ES CONTEMPOR&Acirc;NEAS;<br />\r\n
                  &bull; ST 25 - RESIST&Ecirc;NCIAS LGBTQIAPN+, INTERSECCIONALIDADE, DIREITOS HUMANOS E POL&Iacute;TICAS P&Uacute;BLICAS;<br />\r\n
                  &bull; ST 26 - SENTIDOS DO TRABALHO E POL&Iacute;TICAS DE EMPREGABILIDADE PARA PESSOAS LGBTQIAPN+;<br />\r\n
                  &bull; ST 27 - TEORIAS, TEOLOGIAS E PR&Aacute;TICAS INCLUSIVAS; e&nbsp;<br />\r\n
                  &bull; ST 28 - TRANSFEMINISMOS: TEORIAS E PR&Aacute;TICAS PARA AL&Eacute;M DAS FEMINILIDADES<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  Em nome de toda a Comiss&atilde;o Organizadora e da Comiss&atilde;o Cient&iacute;fica afirmo-lhe que esta ser&aacute; uma leitura apraz&iacute;vel e proveitosa, por meio da qual voc&ecirc;, mesmo n&atilde;o tendo podido estar conosco no Rio de Janeiro em 21 de novembro de 2023, na atividade pr&eacute;-congresso, o Esquenta CINABETH, e nem de 22 a 25 de novembro de 2023, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro &ndash; UERJ (a cujos gestores, trabalhadores e parceiros agradecemos a acolhida, mesmo que com percal&ccedil;os), poder&aacute; se encontrar conosco, com nossas ideias, afetos, conhecimentos e experi&ecirc;ncias no campo acad&ecirc;mico, art&iacute;stico e pol&iacute;tico. Tor&ccedil;o para que voc&ecirc; n&atilde;o apenas guarde nossas ideias contigo, mas que as multiplique, espalhe, para que a nossa coletividade seja, sobretudo, uma comunidade de destino, que abra&ccedil;a. Qui&ccedil;&aacute; alcan&ccedil;aremos novos mares, navegando pelas antigas mar&eacute;s.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  Muito obrigada. Ax&eacute; e At&eacute;.
                  """
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                "organizadores" => """
                  Jaqueline Gomes de Jesus<br />\r\n
                  Alexandre Silva Bortolini de Castro<br />\r\n
                  Bruna Andrade Irineu<br />\r\n
                  C&eacute;u Silva Cavalcanti<br />\r\n
                  Dodi Tavares Borges Leal<br />\r\n
                  F&aacute;tima Lima<br />\r\n
                  Ivanildo Amaro de Araujo<br />\r\n
                  Joyce Alves da Silva<br />\r\n
                  Leonardo Morjan Britto Pe&ccedil;anha<br />\r\n
                  Marco Jos&eacute; de Oliveira Duarte<br />\r\n
                  Mariah Rafaela Cordeiro Gonzaga da Silva<br />\r\n
                  Rodrigo Borba<br />\r\n
                  Sara Wagner York/Sara Wagner Pimenta Gon&ccedil;alves J&uacute;nior<br />\r\n
                  Thiago Ranniery<br />\r\n
                  Thiago Barcelos Soliva
                  """
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                  Jaqueline Gomes de Jesus&nbsp; (IFRJ)<br />\r\n
                  Rodrigo Borba(UFRJ)<br />\r\n
                  Leonardo Morjan Britto Pe&ccedil;anha (Fiocruz)<br />\r\n
                  Thiago Ranniery&nbsp;(UFRJ)<br />\r\n
                  Sara Wagner York / Sara Wagner Pimenta Gon&ccedil;alves Junior (UERJ)<br />\r\n
                  Bruna Andrade Irineu (UFMT)<br />\r\n
                  Marco Jos&eacute; Duarte (UFJF)<br />\r\n
                  F&aacute;tima Lima&nbsp; (UFRJ)<br />\r\n
                  Alexandre Bortolini (UFRJ)<br />\r\n
                  Mariah Rafaela Silva (UFRJ)<br />\r\n
                  Dodi Tavares Borges Leal (UFSB)<br />\r\n
                  Joyce Alves da Silva (UFRRJ)<br />\r\n
                  Thiago Soliva (UFSB)<br />\r\n
                  Ivan Amaro (FEBEF)/ (UERJ)<br />\r\n
                  C&eacute;u Silva Cavalcanti (UFRJ)<br />\r\n
                  Berenice Bento Universidade de Bras&iacute;lia (UnB)<br />\r\n
                  Luma Nogueira Andrade (UNILAB)<br />\r\n
                  Guilherme Almeida (UFRJ)<br />\r\n
                  Mois&eacute;s Lopes&nbsp; (UFMT)<br />\r\n
                  Larissa Pel&uacute;cio (UNESP)<br />\r\n
                  Suely Messeder (UNEB)<br />\r\n
                  Benjamim Braga (UFMT)<br />\r\n
                  Monica Malta (USP)<br />\r\n
                  Megg Rayara Oliveira (UFPR)<br />\r\n
                  Silvia Agui&atilde;o (CEBRAP)<br />\r\n
                  Jos&eacute; Dami&atilde;o Rocha (UFT)<br />\r\n
                  Ang&eacute;lica Baptista Silva (Fiocruz)<br />\r\n
                  Pablo Cardozo Rocon (UFMT)<br />\r\n
                  Marcos Aur&eacute;lio Silva (UFMT)<br />\r\n
                  Leandro Colling&nbsp; (UFBA)<br />\r\n
                  Guilherme Passamani&nbsp; (UFMS)<br />\r\n
                  Anderson Ferrari&nbsp; (UFJF)<br />\r\n
                  Renan Quinalha (UNIFESP)<br />\r\n
                  Anah&iacute; Guedes (UFSC)<br />\r\n
                  M&aacute;rcio Caetano&nbsp; (FURG)<br />\r\n
                  Simone Brand&atilde;o Souza (UFRB)<br />\r\n
                  Luan Cassal (The University of Manchester)<br />\r\n
                  Jos&eacute; Baptista de Mello Neto (UFPB)<br />\r\n
                  Roberta Cassiano (IFRJ)<br />\r\n
                  Jorge Ca&ecirc; Rodrigues (IFRJ)<br />\r\n
                  Renan Quinalha (UNESP)<br />\r\n
                  Alexsandro Rodrigues (UFES)<br />\r\n
                  V&eacute;rcio Gon&ccedil;alves Concei&ccedil;&atilde;o (UFOP)<br />\r\n
                  Valden&iacute;zia Peixoto (UnB)<br />\r\n
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                  Cl&aacute;udia Pons Cardoso (UNEB)<br />\r\n
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Publicado em 22 de maio de 2024

Resumo

Este trabalho tem como objetivo discutir a inserção e participação das mulheres nas áreas de Ciências e Tecnologia tendo em vista que historicamente essa é uma área de reduto masculino. Atualmente, as mulheres têm adentrado em áreas de atuação até há pouco tempo restritas aos homens. Porém, as mulheres ainda enfrentam diversos desafios para se inserirem e ascenderem profissionalmente. Estereótipos, sexismo e marcadores de gênero ainda determinam que a Ciências ainda hoje é um lugar privilegiado dos homens. Nesse sentido, é abordado o conceito de divisão sexual do trabalho, tendo como base teórica “os princípios norteadores da divisão sexual do trabalho” proposta por Hirata e Kérgoat (2007), nos quais existem trabalhos destinados às mulheres e trabalhos destinados aos homens, e que o trabalho do homem, tem um valor social e econômico maior do que o da mulher. Diante dessa realidade discutem-se os fenômenos do labirinto de cristal, do teto de vidro e “inclusão subalterna” (LIMA, 2013), conceitos utilizados para descrever as barreiras enfrentadas pelas mulheres para inserirem-se e ascenderem em determinadas áreas segmentadas pelo sexismo e estereótipos de gênero. Estudar a inserção, a atuação e a ascensão das mulheres nas Ciências e Tecnologia implica em questionar a cultura hegemônica. Cultura essa fundada nos valores masculinos que exclui a participação das mulheres. As ciências não é neutra uma vez que é baseada no olhar do homem, onde o homem é o único parâmetro para legitimar o conhecimento.

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