O presente trabalho objetiva lançar luz sobre a violência política contra a população de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, intersexos, entre outros (LGBTI+) no Brasil contemporâneo. Trata-se de uma pesquisa nova e inicial, voluntária e sem financiamento ou vínculos institucionais, desenvolvida após a conclusão da minha tese de doutoramento que versou sobre a interação entre Movimento LGBTI+ e partidos políticos no Brasil. Durante a tese, vimos que a violência política foi uma das barreiras à institucionalização dos valores e interesses da militância LGBTI+ nos partidos e apontamos esse fenômenos como agenda de pesquisa, posto que subteorizado. À princípio, estabelecemos três objetivos específicos para essa nova pesquisa: (i) identificar episódios de violência política contra LGBTI+ no Brasil; (ii) analisar padrões e consequências da violência política contra LGBTI+ no Brasil e, (iii) verificar medidas de combate à violência política contra LGBTI+ no Brasil. Por razões de espaço, nessa proposta pretendemos desenvolver o primeiro objetivo específico, identificando episódios ocorridos no país. Para tanto, lançamos mão de pesquisa bibliográfica e documental, vez que levantamos reportagens e matérias jornalísticas, além de outros documentos e postagens na internet e em redes sociais, que relatem episódios de violência política contra LGBTI+. O referencial teórico-metodológico está fundamentado em trabalhos de Biroli e Miguel (2015), Borrilo (2010), Facchini (2020), Feitosa (2022) e Green (2018; 2019). Os resultados parciais identificaram casos de violência política LGBTIfóbica contra Harvey Milk, Herbert Daniel, Renildo José dos Santos, Têko, Edgar Souza, Eduardo Leite, Jean Wyllys, Marielle Franco e diversas mulheres trans eleitas após 2020.