Este ensaio recorta parte de uma pesquisa de doutorado que investiga as potências do lugar~corpo infantil, corpo dobrado aos planos sociopolíticos da escolarização e pelos arranjos biopolíticos de controle das corporeidades LGBTI+, mas que se apresenta como objeto de estudo e plataforma de resistência nas aulas de Educação Física. As potências do lugar~corpo infantil dizem de um corpo múltiplo, multifacetado, problematizado diante de algumas questões expostas nas obras de um conjunto de autoras/es: de Michel Foucault trazemos as noções de biopoder e estética da existência, de Gilles Deleuze e Félix Guattari desdobramos o conceito de Corpo sem Órgãos e dos Estudos de Gênero pós-críticos e pós-identitários de Judith Butler abordamos a performatividade de gênero, assim como de Paul B. Preciado tomamos a teoria do corpo pautada na contrassexualidade. Esta seleção de percepções múltiplas, debates e conceitos, tem por objetivo pensar outras possibilidades de subjetivação de si, nas quais o gênero e a sexualidade ganham matéria e se apresentam como tecnologias para além da discursividade/performatividade. Objetiva anunciar o corpo em sua potência subversiva, capaz de produzir saberes próprios, por meio de linhas de fuga e experimentações de si, cria outros modos de sentir e de existir. O que nos exige pensar outros espaços e tempos de aprendizagem, com a intenção de adotar uma ética do que faz sentido, mais assentada numa ideia de gênero como epistemologia, do que em um processo de generificação binário. Nossa intenção é deslocar concepções e ações na estrutura escolar que constituam corporeidades idealmente escolarizadas.