O presente artigo está pautado na discussão no processo de autodeclaração racial e a formas de reconhecimento e representatividade dos jovens do ensino médio no que diz respeito a cor da pele. Tem como objetivo central identificar a forma de reconhecimento dos jovens quanto ao ser negro, além de verificar a concepção dos jovens sobre as formas de reconhecimento do corpo negro dentro e fora da escola. A metodologia configura-se como pesquisa de natureza qualitativa, de campo, de cunho descritivo. A população do estudo foi composta pelos alunos do ensino médio de uma escola estadual de tempo integral, localizada na cidade de Caririaçu, região metropolitana do Cariri cearense. A amostra foi composta por aqueles jovens estudantes que se autodeclararam negros totalizando oito alunos. Para a primeira fase da coleta de dados fez-se uso do questionário fechado sobre a identificação racial dos jovens, já para a segunda fase utilizou-se de uma entrevista semiestruturada com quem se autodeclarou preto sobre a concepção do corpo negro e as representações do negro na escola e na sociedade. Os resultados mostram que os jovens mesmo autodeclarados pretos sentiram dificuldades em se reconhecer enquanto negro, ainda expressam que em algum momento da vida negaram sua identidade negra.