A implementação de medidas temporárias com o intuito de reduzir as desigualdades que foram acumuladas ao longo da história e o trabalho com ações afirmativas são elucidações de que o princípio da isonomia, previsto no artigo 5º da Constituição Federal, ainda não é suficiente para garantir a justa cidadania a todos. No âmbito educacional, cabe às instituições proporcionarem o acesso a uma educação de qualidade aos mais diversos grupos e classes sociais. Com base nisso, o presente estudo produziu e difundiu o primeiro material informativo/educativo do Nordeste sobre o processo de autodeclaração e heteroidentificação, como etapa complementar aos processos seletivos para ingresso nos cursos técnicos, tecnológico e superiores do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFCE). As demandas verificadas pela Comissão Local de Heteroidentificação associadas a dificuldades dos candidatos em ler e compreender os termos técnicos dos editais dos processos seletivos evidenciou a necessidade de se desenvolver estratégias de divulgação, orientação e compreensão do debate concernente às cotas raciais junto às escolas de Educação Básica estaduais e municipais de Quixadá. Dessa forma, a partir do projeto “Enegrecendo Informações", executado pela comunidade do IFCE - campus Quixadá, foi elaborada a cartilha denominada de “O processo de Heteroidentificação” em 2021 e atualizada em 2023. Devido a sua didática e importância o material formulado teve a sua divulgação realizada na rede institucional do IFCE. Essa cartilha permitiu a discussão de ações afirmativas, disseminando e incentivando os jovens candidatos a compreenderem seu processo de pertencimento à sociedade por meio das cotas. Ademais, o material elaborado permitiu que os candidatos reconhecessem os seus fenótipos como preto ou não e, garantiu a ampliação do universo das cotas como direito.