A formação inicial e continuada dos professores da educação básica está entre as prioridades do Ministério da Educação, na atualidade. Nesse sentido, foi instituída pelo Decreto 6.755 de 29 de janeiro de 2009, a Política Nacional de Formação de Profissionais do Magistério da Educação Básica, que tem por finalidade organizar, em regime de colaboração entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, a formação inicial e continuada dos professores das redes públicas da educação básica. Dentre os princípios do sistema está a formação docente como compromisso público de Estado, buscando assegurar o direito das crianças, jovens e adultos à educação de qualidade, construída em bases científicas e técnicas sólidas. Como parte das estratégias e ações de formação, estabeleceu-se, entre o MEC e os governos municipais, um acordo de oferta de cerca de 20.000 unidades curso-município, dentre as quais se incluem Cursos de Especialização para Professores dos Ensinos Fundamental e Médio. O curso atingiu seus objetivos, evidenciando a necessidade de continuidade na formação de profissionais licenciados que atuam em regiões distantes da capital do Estado do Pará, bem como procurando atingir aos requisitos que foram estabelecidos no plano de trabalho e ratificados pelos objetivos gerais propostos pelo MEC para o conjunto de cursos de especialização para formação dos profissionais do magistério, o curso de especialização em Ensino de Sociologia para o Ensino Médio, reafirmando a concepção de um processo formativo que estabeleça o permanente diálogo entre os conhecimentos teóricos da sociologia e as práticas desenvolvidas no espaço das salas de aula do ensino médio no Pará, tenham conseguido: • problematizar seu próprio lugar de professores de sociologia; • compreender o ensino de sociologia como campo do saber na formação da juventude; • pensar, de forma crítica, os fundamentos filosóficos de uma didática da sociologia; • elaborar uma postura crítica sobre o lugar e o sentido de ensinar sociologia no ensino médio brasileiro; • encontrar elementos para aprimorar sua formação filosófica; experimentar novas possibilidades para ensinar e aprender sociologia e para apreciar seu trabalho. Os conteúdos apresentados na grade curricular do curso sem sombra de dúvidas, contribuiu para a aprendizagem do ensino de sociologia, dando ênfase no contexto histórico da disciplina enquanto área do saber e sua inserção no ensino médio. No Brasil, sua implementação no contexto educacional, foi aos poucos se introduzindo, no entanto, passando por inclusões e exclusões em toda a sua trajetória, até no contexto atual, quando ainda pairam riscos de exclusão enquanto disciplina. Diferente das demais disciplinas a sociologia tem um passado e um presente bastante conturbado, cheios de intermitências e descaso visto através da carência de formação de professores e de materiais didáticos que possam reforçar o saber sociológico. Tudo isso por ser uma disciplina que traz referências críticas sobre a realidade diante dos problemas sociais, políticos, econômicos e culturais da sociedade brasileira, mostrando aos seus atores sociais a realidade em que tal problema está alicerçado e no quanto tudo terá influência na vida de todos. A importância que a disciplina de sociologia tem no desenvolvimento do sujeito como cidadão na sociedade, produzindo atores(as) sociais críticos, faz com que a disciplina de sociologia, continue sendo um grande desafio na contemporaneidade. Uma instituição sem uma disciplina como a sociologia que propõe conhecimentos de intervenções sociais, que promove a busca por direitos e tem em seu contexto a não aceitação do que não promove direitos igualitários, será uma instituição sem autonomia, submissa e subordinada, reproduzindo o mesmo modo de vida para os seus estudantes. Tendo como foco as lutas passadas, o que cabe a todos é uma organização de professores, gestores, instituições públicas e privadas que podem ser de grande influência para a manutenção da sociologia dentro das instituições. Salientando, que a sociologia não é uma mera disciplina, ou seja, mostrar que sua existência tem demonstrado inúmeros benéficos para todos, principalmente, as classes desfavorecidas que precisam dos conhecimentos sociológicos para conseguir conviver na sociedade capitalista, no qual estamos inseridos. Ensinar Sociologia no Nível Médio se apresenta como um grande desafio para o professor. Além de dominar os conceitos, temas e teorias sociológicas, é preciso oferecer uma metodologia de ensino capaz de despertar nos alunos o interesse em aprender a refletir sobre o mundo e a vida em sociedade. Em 2010 o MEC lançou a Coleção Explorando o Ensino que tem como objetivo “apoiar o trabalho do professor em sala de aula oferecendo-lhe um material científico-pedagógico que contempla a fundamentação teórica e metodológica e proponha reflexões nas áreas de conhecimento das etapas de ensino da educação básica”, Brasil (2010, p. 7). Com relação à disciplina de Sociologia Moraes e Guimarães (2010, p. 45) apresentam uma leitura complementar das Orientações Curriculares para o Ensino Médio (2006) propondo ampliar alternativas para a prática docente, buscando “traduzir o conhecimento sociológico em conhecimentos adequados ao Ensino Médio, utilizando linguagem interessante e acessível a estudantes que estão iniciando no estudo da disciplina”. A multiplicidade das ações possíveis dentro do contexto escolar precisa ser reconhecida e aprimorada, não só com um viés de investigação para análise do cotidiano pedagógico, mas para apresentar formas de melhoramento da práxis docente e uma constante auto avaliação das ações desenvolvidas dentro e fora da sala de aula com o objetivo de formar cidadãos e contribuir para o crescimento local e global, havendo a necessidade de refletir de forma prática sobre estas afirmações do campo teórico.