A neurobiologia do envelhecimento tem sido relacionada ao processamento colinérgico e glutamatérgico. O funcionamento desses neurotransmissores podem alterar mencanismos celulares e anatômicos do encéfalo. Nesse sentido, o objetivo deste estudo foi observar padrões no reconhecimento de expressões faciais em idosos sem comprometimento cognitivo. Para tanto, participaram 87 jovens adultos (M = 40,4 anos), 16 idosos (M = 64,2 anos) com baixa escolaridade e 22 idosos com alta escolaridade (M = 65,5 anos). A tarefa consistiu na apresentação de estímulos em pares para os participantes. Caso a expressão facial fosse uma determinada emoção, tais estímulos foram apresentados aleatoriamente contendo o estímulo principal (emoção) e um distrator (outra emoção), como alegria-tristeza, alegria-medo, alegriasurpresa. Os resultados encontraram diferenças entre grupos para todas as expressões (BF10 = 149e712,12; efeito ? = 0,96). Idosos com maior escolaridade apresentaram melhor desempenho para as expressões de alegria (BF10 = 96,12; efeito ? = 0,65), tristeza (BF10 = 125,78; efeito ? = 0,74) e raiva (BF10 = 87,25; efeito ? = 0,63). Os dados indicam que o envelhecimento saudável apresenta declínio no reconhecimento de expressões, sendo acentuado quando a escolaridade ou reserva cognitiva é menor. Todavia, é importante que estudos investiguem a atividade cortical durante as tarefas de reconhecimento de expressões.