A pandemia de COVID-19 ocasionou mudanças significativas ao campo educacional, como a suspenção das aulas presenciais no país, a partir do mês de março de 2020. Os efeitos da pandemia ocasionaram muitos desconfortos, pelo fato do trabalho educativo estar atrelado às relações humanas, pois o ato pedagógico é feito de interação e partilha. E apesar dos benefícios das tecnologias, ficou em risco a configuração da própria prática educativa que é caracterizado por relações humanas e coletivas. As dificuldades de acesso às tecnologias foram fatores geradores de reflexão acerca do acesso à tecnologia e articulação de adequação, atualização e produção de meios para a formação do leitor, principalmente na educação do campo. Muitos foram os desafios da prática pedagógica, provocando a reflexão e discussão sobre o papel do docente campesino em consonância com a pedagogia libertadora como norteadora do processor educativo, portanto, estamos diante de novos formatos de exclusão e de enfrentamentos que levam em conta não apenas a leitura de mundo e a leitura da escrita (FREIRE, 1996), mas também a leitura digital. O objetivo do texto é problematizar o processo de formação leitora nesse contexto e pós pandemia, reconhecendo os educandos enquanto construtores de saberes e engenhosidades advindos de suas vivências no campo. Para tanto, o presente estudo exploratório e qualitativo de cunho crítico-reflexivo consiste no relato de experiência da Escola Municipal Fazenda São Miguel, do município do Ipojuca -PE, sobre o processo de formação leitora no campo, através da coleta de dados do diário de bordo, tendo como inspiração o método freiriano. Diante do exposto, a pesquisa se apresenta em uma dupla dimensão, teórico e empírica, que pretende evidenciar os desafios e possibilidades no contexto de integração das Tecnologias da Informação e Comunicação, no que diz respeito às práticas pedagógicas na educação do campo.