A aclamada série "Black Mirror", produção do streaming Netflix, oferece uma nova possibilidade para explorar conceitos de ciências humanas por meio de suas narrativas provocativas em um futuro distópico. Este trabalho discute como uma série pode ser integrada de maneira eficaz no ensino, estimulando a reflexão crítica e a profunda compreensão de diversos temas. No âmbito da geografia, por exemplo, "Black Mirror" apresenta cenários que levantam questões sobre o uso da tecnologia, urbanização e globalização. Episódios como "Nosedive", ou em português, “Queda Livre”, abordam o impacto das redes sociais na conformidade social e na criação de castas virtuais, permitindo a exploração de conceitos geográficos relacionados à segregação espacial e à influência da tecnologia na sociedade. Bem como a análise do sistema de crédito social chinês. A série também é uma ferramenta valiosa para abordar contextos históricos. Episódios como "San Junipero" oferecem uma plataforma para discutir eventos passados e sua influência no presente. Ao explorar os anos 80 e 90, a série permite que os alunos analisem as rápidas mudanças culturais e tecnológicas dessas décadas. Quando se trata de temas atuais, desafia os espectadores a considerarem a ética das tecnologias emergentes. Episódios como "Hated in the Nation", ou em português “Odiados pela nação”, podem ser explorados em contextos de debates sobre o uso responsável da inteligência artificial, a privacidade digital e o impacto das redes sociais na opinião pública, o famoso cancelamento no mundo virtual. A abordagem interdisciplinar da série oferece oportunidades para promover a alfabetização tecnológica, a análise crítica e a compreensão multidimensional de conceitos importantes para a sociedade. Ao utilizar os episódios como ponto de partida para discussões e atividades interdisciplinares, os educadores podem enriquecer a experiência de aprendizagem dos alunos e capacitá-los a enfrentar os desafios complexos do século XXI com uma compreensão e crítica.