O presente trabalho aborda a importância de combater o racismo estrutural em sala de aula para promover um ambiente de equidade e cidadania. A comunicação entre os estudantes precisa acontecer de forma respeitosa em que cada um entenda os limites da vida em coletividade. Além disso, é importante colaborar para o entendimento de que cada estudante tem uma personalidade e individualidade que deve ser respeitada por si mesmo e pelo outro sendo a cultura afro-brasileira uma facilitadora desse processo. Para a construção desse trabalho, utilizamos a teoria da Análise Dialógica do Discurso de Bakhtin (2018) bem como sua colaboração para os estudos literários e gêneros do discurso (2016); Almeida (2019) no que concerne o entendimento de racismo estrutural; utilizamos ainda a BNCC para nos direcionarmos sobre as Competências Socioemocionais (2018); além das contribuições de Zilberman (1983) sobre literatura. Diante disso, analisamos, a partir da Análise Dialógica do Discurso, o livro de literatura infantojuvenil “Flávia e o bolo de chocolate”, de Bruna Assis Brasil, que conta a história de uma menina negra que se descobriu diferente das outras pessoas, trabalhando a cultura afro-brasileira nas turmas de 5º ano do Ensino Fundamental para promover, além do que já mencionamos, a empatia e autoaceitação. Como resultados identificamos que a abordagem da cultura afro-brasileira por meio da literatura infanto-juvenil é uma forma de trabalhar a ludicidade, empatia, o respeito, a escuta ativa e a colaboração entre os estudantes. Quando as sessões de leitura e debates literário são significativos, os estudantes têm a oportunidade de perceber que o combate ao racismo estrutural começa primeiramente combatendo práticas do dia a dia que não valorizam a identidade única de cada sujeito. A visão axiológica que eles têm de si e do outro é afetada de modo que o respeito seja promovido dentro e fora da sala de aula.