Ao ministrar os conteúdos iniciais de História do Ensino Fundamental, é imprescindível que o professor estabeleça uma discussão sobre a cultura, as fontes históricas e a percepção de tempo, fundada pelas civilizações antigas. Auxiliar os alunos na compreensão das diversas formas pelas quais o homem seleciona e transforma os fatos históricos, como parte de uma memória coletiva, se torna um desafio. Desse modo, o presente trabalho tem por principal objetivo discutir a utilização do “museu vivo”, enquanto instrumento capaz de realizar a compreensão do aluno, no tocante à produção histórica da memória, através dos museus. Neste sentido, partimos do seguinte questionamento: Como o professor de História pode aproximar a produção e construção da memória à realidade cotidiana de seus alunos? Com relação à fundamentação teórica, partimos inicialmente da discussão realizada pelo historiador Jacques Le Goff que em sua obra “História e Memória”, considera o calendário como instrumento essencial utilizado pelas sociedades para “domesticar” o tempo natural, preservando a memória coletiva. Além disso, estabelecemos um diálogo com a autora Lilia Moritz Schwarcz, quando nos mostra que os museus nacionais são utilizados pelas sociedades contemporâneas, enquanto monumentos de lembrança, para recuperar a memória das nações. Por fim, discutimos a ideia de “Operação Historiográfica”, trazida pelo historiador Michel de Certeau, ao discutir que a escrita da História é constantemente influenciada pelas experiências pessoais do historiador, o que consequentemente, nos remete a uma seleção dos fatos que devem ser narrados e, dos que devem ser “esquecidos” por uma sociedade. No tocante aos procedimentos metodológicos utilizados, dividimos nosso trabalho em três grandes etapas: Na primeira etapa, trabalhamos de forma expositiva e dialogada os conteúdos do livro didático, referentes ao 6º ano, que englobam as fontes históricas, a cultura e a contagem do tempo realizada pelas sociedades. Já na segunda etapa, realizamos um debate com os alunos sobre os museus, explicando o que são esses espaços, por que foram criados, como são utilizados e qual a sua importância para a construção de uma memória coletiva. Por fim, na terceira etapa os alunos deveriam criar seu próprio museu, trazendo para a sala de aula uma caixa de papelão, contendo um conjunto de objetos que fizeram e fazem parte de sua história até hoje. Durante a experiência da criação do “museu vivo”, percebemos que essa atividade possibilitou conhecer um pouco da história de vida de cada aluno, visto que, os alunos passaram a compartilhar experiências pessoais com os colegas, mostrando cada objeto que haviam trazido e explicando a importância desses objetos em sua trajetória de vida. Além disso, foi possível perceber a importância que os museus possuem atualmente em nossa sociedade, enquanto um espaço responsável por preservar o nosso patrimônio histórico e cultural.