A atuação do Agente Indígena de Saúde requer uma compreensão das práticas de saúde e da cultura indígena numa perspectiva dialógica e intercultural, de modo a não reproduzir modelos colonizadores sobre os povos indígenas. E exatamente por esta contextualização da educação no desenvolver desta profissão, surgiu o interesse pela Educação Popular, considerando a relação direta entre saberes e práticas populares de saúde com a realidade social da comunidade indígena Potiguara na Paraíba na aldeia Alto do Tambá, na qual o diálogo está atrelado a concepção educativa em prol da transformação da realidade do indivíduo. A educação popular com coletivos indígenas deve considerar a cultura secular com que crenças, hábitos, costumes e saberes tradicionais buscam preservar a vida indígena em permanente relação com o território e o meio ambiente conflitando com saberes e práticas de saúde dos povos colonizadores. Um modelo de intervenção em saúde com comunidades indígenas requer uma revisão das práticas assimilacionsitas que são interpostas aos saberes populares, sem considerar a história de saúde da comunidade, seus saberes e práticas. Uma perspectiva popular de saúde coletiva, por sua vez, pressupõe um diálogo intercultural em torno da saúde indígena, promovendo diálogos e compromissos conjuntos com a preservação da vida. Os AIS têm suas funções bem definidas quando assumem o cargo, mas é preciso que estejam atentos ao que está ao redor, ao que a comunidade entende como necessidade, sendo assim, direcionará o foco para a prevenção de doenças e a promoção da saúde voltadas à população indígena. Assim, nosso objetivo geral é analisar os princípios da Educação Popular eventualmente presentes no processo de comunicação e metodologia de ação dos Agentes Indígenas de Saúde da Aldeia citada, com a comunidade atendida.