A era Vargas foi marcada pela realização de reformas educacionais no Brasil que tiveram como finalidade a instrumentalização política da educação para validar o poder do regime do Estado Novo. Neste sentido, o presente trabalho tem por objetivo apontar uma resposta para a seguinte questão-problema: "de que maneira as subvenções destinadas a instituições de ensino normal aprovadas no estado da Paraíba, durante o ano de 1942 a 1949, eram utilizadas para ‘privilegiar’ as filhas da elite paraibana?". Metodologicamente, o trabalho constitui-se numa perspectiva de abordagem qualitativa, mediante a pesquisa documental, utilizando também o “paradigma indiciário” idealizado por Ginzburg (1989). As fontes históricas que subsidiaram a pesquisa foram: jornais, como “A União”, e projetos de leis. O recorte temporal justifica-se pelo espaço de tempo entre duas leis que regulamentaram as subvenções, uma de 1942 e a outra de 1949. Como resultados, apontamos que, as subvenções aprovadas durante esse recorte temporal privilegiaram as escolas normais, de modo a legitimar e fortalecer a qualificação de mão de obra professoral que, posteriormente, ocuparia o ensino primário, aumentando assim, a expansão do ensino normal e primário, tanto nacionalmente quanto em nível estadual. Ademais, embora as leis das subvenções estabelecessem uma porcentagem de alunas bolsistas nos estabelecimentos particulares como requisito para aprovação das mesmas, ainda assim, privilegiavam às moças da elite neste modelo de ensino.